Sou MaDame Lumière. Cinema é o meu Luxo.

"I was literatelly experiencing new motherhood on film as I was experiencing it in my own life." (Katherine Heigl) Depois de Jenn...

Cine Família: Juntos Pelo Acaso (Life as we know it) - 2010

"I was literatelly experiencing new motherhood on film
as I was experiencing it in my own life." (Katherine Heigl)



Depois de Jennifer Lopez e Jennifer Aniston realizarem inseminação artificial para tornar real o sonho da maternidade, respectivamente nos recentes Plano B e Coincidências do Amor, agora é a vez da adorável Katherine Heigl ser mãe por outras vias: maternidade por herança. Ela e o belo Sr. Fergie, o ator Josh Duhamel estreiam a comédia Juntos pelo Acaso na qual interpretam Holly Berenson e Eric Messer que se tornam tutores de Sophie (interpretada pelas carismáticas trigêmeas Alexis, Brynn e Brooke Clagett) após os pais dela morrerem em um acidente de carro. Os pais de Sophie, Peter e Allison Novack (Hayes MacArthur e Christina Hendricks) eram seus melhores amigos e confiaram à Holly e Messer a tutela da criança para que, na falta deles, criem a pequena. Além da tristeza da perda, da mudança abrupta de vida que afetará suas liberdades, projetos e responsabilidades, a notícia lhes pega de surpresa já que Holly e Messer desconheciam tal desejo de Peter e Allison assim como não suportam um ao outro desde a época em que tiveram um encontro amoroso fracassado que só contribui para criar um clima de antipatia entre eles. Holly é uma solteira independente e Messer é um sedutor incorrigível e mulherengo de primeira classe. Não é novidade alguma que o clichê de comédia romântica na qual os opostos não se atraem no começo mas se apaixonam no gran finale renderá uma bela história de amor, e de forma tocante, de união familiar.





Embora faça parte da tendência atual em comédias românticas na qual uma das protagonistas vivencia o período da maternidade, Juntos pelo Acaso não é somente mais uma comédia romântica convencional, ela agrega um pouco de drama pessoal. É divertida, emocionante, bonita e descontraída o suficiente para envolver a platéia no drama dos novos pais que não escolheram ser pais. Ela tem uma lição a ensinar além do romance: uma lição de base familiar e, muito mais de escolhas que devemos fazer quando perdas mudam o nosso destino e passamos a ser responsáveis pelo inesperado, assim como a película deixa claro que nem sempre as perdas significam perdas, elas podem ter outros ganhos de inestimável valor. Holly e Messer têm seus mundos particulares, e não fazem o tipo um do outro. Ela é dona de uma padaria e excelente culinarista. Ele trabalha na equipe de tv que cobre tecnicamente as exibições de jogos de basquete. Ela é convencional. Ele é liberal. Apesar das diferenças, eles têm uma história juntos (mesmo que não se dêem conta disso) porque conviveram com os amigos fiéis que tinham como principal tesouro a vida de Sophie. Quando são acometidos pela triste notícia, são impulsionados a aceitarem criar Sophie mesmo que não saibam como fazê-lo e nem como lidar com os dilemas desta nova jornada.





O roteiro trabalha bem algumas sequências de como Holly e Messer aprendem a ser pais e as dores e amores deste momento, desde a troca de fraldas, passando pelas noites mal dormidas e a privação de vida social, até os emocinantes primeiros passos da criança. As cenas equilibram bem a ótima química entre Josh e Katherine, o timing cômigo, o romance e o drama. A trilha sonora é muito convidativa com ótimos covers : Hey, that's no way to say goodbye, de Roberta Flack na voz de Leonard Coen, Sweet Child O'Mine, do Guns N' Roses na voz do Taken by Trees e Pump it up, de Elvis Costello na voz do The Hot Rats. No elenco, Katherine Heigl já incorpora naturalmente o seu estilo de fazer comédias românticas, de constante simpatia e beleza radiante. A diferença aqui é que ela exercita e desenvolve sua habilidade materna da mesma forma que tem feito na vida real. No ano passado ela adotou uma criança coreana, a foférrima Nancy Heigl, e assim como Jennifer Lopez em Plano B, ela pôde viver o momento 'mother be' na ficção e na realidade. A grande surpresa na atuação cabe a Josh Duhamel que está muito bonito, carismático, charmoso e ótimo neste papel, e teve muito mais espaço para demonstrar a sua veia humorística em comparação a Quando em Roma, uma produção mediana da Disney. Desta vez, Josh foi bem apoiado pelo texto, sendo seus momentos cômicos os que arrancam mais risos da platéia, além dele ter mais ação protagonista já que sua individualista vida de mulherengo será substituída por um relacionamento mais estável, no qual ele terá que amadurecer como homem de família, e ainda conquistar o coração de Holly que se envolve com o pediatra Sam (Josh Lucas, o belo Jake Perry de Doce Lar).





Completando o cast com bastante carisma está o trio de gêmeos que se revezaram para interpretar Sophie. As caras, bocas e choros dos babies são imperdíveis e fazem muita diferença para a qualidade do filme, além de demonstrarem que foram uma excelente escolha da produção já que o perfil é do típico bebê cativante de talento ímpar para estrear comédias como essa, trazendo à memória filmes como Três solteirões e um bebê e Olha quem está falando. A energia é muito positiva e somos envolvidos pelo apelo de uma criança orfã que merece encontrar a felicidade nos braços de familiares que a amam. Juntos pelo Acaso é um filme romântico muito agradável, no qual se torce para que tudo dê certo no final e que eles sejam felizes para sempre. Durante a exibição, é possível perceber o quão difícil é a escolha de ser um pai e uma mãe e o quanto isso envolve certas renúncias, porém também fica evidente o quanto isso é recompensador. Para os mais sensíveis, é inevitável não ter o desejo de ter um filho e se apaixonar após ver o quanto Holly, Messer e Sophie formam uma linda família e precisam uns dos outros. Juntos Pelo Acaso é um bom filme sessão pipoca para perceber que nem sempre as perdas nos trazem somente tristeza, pelo contrário, elas podem nos trazer uma oportunidade única de felicidade.


Avaliação MaDame Lumière



Título Original: Life as we know it
Origem: EUA
Gênero(s): Comédia Romântica, Romance, Drama
Duração: 112 min
Diretor(a):
Greg Berlanti
Roteirista(s):
Ian Deitchman , Kristin Rusk Robinson
Elenco: Katherine Heigl, Josh Duhamel, Josh Lucas, Alexis Clagett, Brynn Clagett, Brooke Clagett, Hayes MacArthur, Christina Hendricks, Sarah Burns , Jessica St. Clair, Brooke Liddell, Kiley Liddell, Britt Flatmo, Rob Huebel, Melissa McCarthy

8 comentários:

  1. Ahhh, fiquei super afim de ver o filme. Espero consigui-lo (acredite ou não, estou trabalhando ... o dia inteirinhooo.. rs). Gosto da Heigl, mas sejamos sinceros, ela precisa tomar cuidado com suas escolhas, sua carreira cinematográfia se resume a "comédrias românticas"...

    Abs.

    ResponderExcluir
  2. Oi Madame, há quanto tempo!!

    Estou cogitando assistir a este filme ainda hoje e seu review foi um bom incentivo. Um feel good movie há de cair bem!

    Bjos

    ResponderExcluir
  3. Hello, Madame!

    Fiquei surpresa com seu review, porque não esperava nada deste filme. Darei uma chance a ele, fiquei curiosa!

    Beijos! ;)

    ResponderExcluir
  4. Ahh eu tbm curti o filme, ate estava fazendo umas pesquisas sobre o filme achei uma promoçao pra ganhar ingressos, acho q vale a dica ;)
    http://www.inteligweb.com.br/blogdopiii/2010/10/filme-%E2%80%9Cjuntos-pelo-acaso%E2%80%9D-nova-promocao-de-cinema/#comment-14404

    ResponderExcluir
  5. Desde que eu assisti ao trailer desta obra, me interessei em conferir o filme, mesmo sabendo que ele tem tudo para ser bem clichê.

    ResponderExcluir
  6. Opa, agora fiquei até curioso pelo filme. Aparenta ser simpático.

    ResponderExcluir
  7. Gosto do Josh Duhamel desde o seriado Las Vegas no qual ele conheceu sua atual esposa. acho ele profundamente carismático. Enfim, bom saber que é melhor aproveitado nesse filme. Ainda não assisti, mas o farei em breve. Gostei da base que vc conferiu a crítica aqui, contextualizando um movimento dentro de um mesmo gênero que muita gente não se deu conta.
    Beijos

    ResponderExcluir
  8. Parece que virou tendência as comédias românticas apresentando novos conceitos de família e relacionamentos que são rompidos por algum motivo. Não vi esse ainda, mas pretendo curtir pois são fã da Heigl (e, lógico, de Grey's Anatomy).

    Cultura na web:
    http://culturaexmachina.blogspot.com

    ResponderExcluir

Caro (a) leitor(a)

Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.

Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.

No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.

Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.

Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière