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MaDame Cult: Angel's Egg (1985, Remasterizado, 2025)




#Animação #Drama #Existência #CríticaSocial #CinemaAsiático #CinemaJaponês #FilmeCult #MaDameCult #Filosofia #Fé #Esperança #Experimental #Fantasia #SatoCompany



Lançamento nos Cinemas 20 de Novembro de 2025


Por Cristiane Costa, Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação



Angel's Egg: O Gótico do Silêncio e a Meditação Sobre a Fé Perdida




Angel's Egg é um deslumbre visual que se impõe como um mergulho sensorial e reflexivo. A animação mistura a profundidade dos sentidos com a melancolia e a opressão, criando uma experiência estética única. O cenário é uma terra desolada, onde a existência precisa ser compreendida entre a escuridão das ruínas e das sombras e a densidade ambígua das águas. Essa imersão sensorial força o próprio eu a buscar as respostas para uma existência vazia. A obra, com a colaboração visual de Yoshitaka Amano e a direção de Mamoru Oshii, estabelece que o filme é, antes de tudo, uma meditação sobre a fé perdida e o vácuo existencial.









O filme é singular em sua proposta: objetivo na duração, mas imensamente profundo em significados. A ambiguidade opressora se manifesta no diálogo sensorial e existencial travado entre sombras e águas, entre a desesperança e a fé. O simbolismo religioso, que permeia a obra com o design icônico de Amano, não fornece respostas; ele deixa pistas que abrem novos portais de interpretação. É como encontrar beleza na opressão e observar que toda a travessia, embora seja libertadora, é imensamente complexa e densa. A força do filme reside justamente em sua ambiguidade, que impede qualquer leitura literal e força o espectador a confrontar o vazio.





Os protagonistas, embora quase silenciosos, funcionam como âncoras emocionais e filosóficas em um mundo que perdeu a memória e a esperança. Eles representam um verdadeiro encontro de almas em meio à desolação. São falhos, solitários e profundamente humanos, sentindo hesitações e dúvidas que o mundo ao redor não pode responder. A jovem, guardiã do ovo, é ambígua, dividida entre a fragilidade e a audácia da jornada. O viajante carrega a cruz como companhia. Essas âncoras emocionais desenham muito de nós, na vulnerabilidade e na força, na aceitação e no escapismo, provando que a humanidade persiste mesmo em um universo vazio.






O filme é como uma jornada em transe: hipnótico, impactante e ao mesmo tempo simples na sua conexão sensorial. O ritmo é construído de forma precisa, o suficiente para atrair e inspirar o mergulho nas sombras e nas águas da experiência. Essa desolação é necessária e relevante, pois sugere que o ser humano só encontra respostas diante do desespero, na perda e na solidão. É uma travessia inevitável, profundamente humana e pessoal. Angel's Egg se impõe como um convite à imersão, resultando em uma experiência melancólica e, ironicamente, atraente.










Angel's Egg é, em última análise, um filme sobre a travessia da própria criação e a busca incessante por sentido, conectando a criatura e o criador, o homem e a fé. O poder da obra reside justamente na capacidade de oferecer múltiplas chaves de leitura, dependendo da experiência de cada espectador: pode ser tanto uma catarse quanto a representação de uma profunda solidão sem respostas. Esta obra cult e enigmática não fornece certezas, mas nos força a olhar para a nossa própria sensibilidade e história. O seu legado duradouro para o cinema de animação é ser um portal de reflexão que transforma o desespero estético em um convite profundo à introspecção, permanecendo como um monumento silencioso onde cada espectador encontra sua própria fé perdida.




Imagens. Divulgação Sato Company. Comunicação Sinny assessoria. 

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