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Lançamento A2 Filmes já disponível em plataformas de Streamings
Por Cristiane Costa, Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
Bambi: O Peso do Clássico e as Consequências da Ousadia
Adaptar uma obra tão querida quanto Bambi é sempre um ato de coragem. O diretor Michel Fessler, coautor de A Marcha dos Pinguins, parte do romance de Felix Salten para construir uma narrativa que conecta o amadurecimento do protagonista à natureza ao seu redor. A beleza visual é inegável, mas não basta: o filme carece de um storytelling envolvente que sustente emocionalmente a jornada. O resultado é um híbrido entre documentário de natureza e ficção literária, que não consegue alcançar o carisma necessário para cativar o público.
A narração, elemento central da proposta, não se alinha à estética visual nem à expectativa emocional da obra. Ao optar por um realismo cru e uma perspectiva observacional, o filme se aproxima de um programa do National Geographic, mas se distancia da magia narrativa que um clássico exige. A ausência de encantamento e de uma contação de histórias eficaz compromete a conexão com o espectador, tornando a experiência fria e distante.
O ritmo contemplativo, sustentado por uma fotografia delicada e tecnicamente refinada, não é suficiente para manter o engajamento. A trilha sonora e a estrutura narrativa não compensam a falta de envolvimento auditivo e emocional. O filme se torna excessivamente técnico e imagético, o que limita sua profundidade dramática. A linearidade da perda e a frieza do roteiro impedem que momentos-chave, como a morte e o luto, tenham o impacto esperado.
A obra também falha em definir seu tom. Ao tentar equilibrar a crueza da natureza com a leveza voltada ao público infantojuvenil, acaba presa em uma zona indefinida. Não alcança a força de um drama sobre a natureza, nem se configura como uma fábula encantadora. A fratura emocional do clássico original se dilui em uma abordagem que não emociona nem provoca reflexão.
Divulgação do filme A2 filmes. Foto @ Eric Travers
Bambi é ousado ao propor uma estética visual diferenciada, misturando realismo com intenção literária. Essa escolha poderia funcionar como material cult para crianças, mas a falta de coesão entre imagem e narração compromete o resultado. A França tem tradição em animações e ficções sensíveis, e aqui havia potencial para uma obra-prima. No entanto, a ausência de uma narrativa envolvente transforma essa tentativa em uma reflexão sobre os desafios de adaptar clássicos com sensibilidade e coesão.
Imagens: Divulgação A2Filmes Home Vídeo



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