Por Cristiane Costa, Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
Parte integrante do longa-metragem Celles qui Chantent (Mulheres que cantam), um projeto da Ópera de Paris com a participação de curtas de 4 cineastas: Sergei Loznitsa (A night at the opera), Karim Moussaoui´s (Les Divas du Taguerabt), Julie Deliquet (Violetta) e Jafar Panahi (Hidden), Uma noite em Paris (Une Nuit a l'Opera, 2020) apresenta uma nostálgica coletânea de imagens documentais de celebridades Francesas e internacionais assim como chefes de estado, reis e rainhas e outros famosos nas décadas de 50 e 60, quando eles frequentavam o grandioso Palais Garnier nas noites de ópera.
Esse curta-metragem em documentário revisita as aglomerações nas noites de gala da ópera de Paris, com a bem humorada movimentação de celebridades na prévia do tão esperado momento das sublimes peças de ópera. É um tapete vermelho com mulheres icônicas como Rainha Elizabeth II e Grace Kelly, no meio de jornalistas e outras pessoas da elite intelectual.
É um trabalho que evoca a memória através da Música e do Cinema. Como uma ópera, prepara o espectador para o momento do espetáculo, com isso, umas das virtudes mais agradáveis do curta é contemplar a beleza e elegância de mulheres que marcaram a época, com seus longos vestidos e rostos inesquecíveis, além do lado cômico de ver tantas câmeras tentando capturar o melhor flash. A espera, como todo espetáculo artístico, tem o seu charme.
O cineasta Ucraniano Sergei Loznitsa realiza uma bela montagem de todos esses ricos registros, em Preto e Branco, trazendo à memória o glamour da cena artística, a elegância dos influenciadores da época e o poder da memória. Ainda que seja um curta europeu, a lembrança da época de ouro de Hollywood é uma relação inevitável com o curta.
Em registros documentais tão raros e de difícil acesso, conhecer Uma noite na ópera, guarda as melhores surpresas: Maria Callas, magnífica cantora de ópera, uma deslumbrante soprano de emblemáticas peças como O mio Babbino de Puccini e uma das melhores intérpretes desse compositor. É ela que vem a quebrar as formalidades e, de certa forma, as superficialidades do mundo de celebridades, afinal, todo tapete vermelho tem um lado de aparências e egos.
Como uma mulher intensa, à frente de seu tempo, e de profunda entrega à música, ela é a grande estrela dessa noite, encerrando o espetáculo com a memória e a emoção do encontro da Música com o Cinema.
Fotos: uma cortesia Reprodução Mostra SP para imprensa credenciada.
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