Rosie Dunne (Lily Collins) e Alex Stewart (Sam Claflin) são amigos e confidentes desde a infância. No período do colegial, começam a sentir um afeto mais amoroso um pelo outro, porém seguem caminhos diferentes. Rosie é uma jovem bonita e com potencial que deseja estudar Turismo e abrir seu próprio hotel, ele tem o sonho de estudar Medicina, porém um acontecimento na juventude de Rosie traz novas responsabilidades e a distancia de Alex que viverá em outro país. Dessa forma, essa história é mais um romance com um leve apelo dramático que uma comédia romântica.
Simplesmente Acontece é baseado em romance da escritora irlandesa Cecelia Ahern, conhecida por P.S. eu te amo que foi adaptado para o Cinema em 2007 e estrelado por Hilary Swank e Gerard Butler. As protagonistas de seus romances são mulheres que têm que lidar com alguma mudança pessoal que afeta o rumo de seus destinos. A ficção da autora gira em torno do gênero chick-lit, cômico ou levemente dramático, amplamente bem vendido como best seller e com público mais jovem como target, no qual as mulheres passam por desafios pessoais e profissionais. Normalmente envolvem relacionamentos frustrantes, amores não correspondidos e desencontros. A diferença é que Cecelia Ahern costuma ter mais romances dramáticos e seguir a tendência emotiva de Nicholas Sparks.
É basicamente um filme sobre encontros e desencontros na passagem do tempo e de como romances são adiados porque as pessoas não se comunicam, não expressam o que sentem para ver no que vai dar. Apesar do longa usar fórmulas românticas tradicionais e ter um roteiro prolixo, bem diferente da criatividade de E se? que também aborda amigos que se apaixonam; o que torna Simplesmente Acontece empático é trazer algo que acontece de forma muito comum: amor entre amigos. É uma situação difícil de lidar pois ninguém quer perder a amizade e seu valor. Com isso, o filme faz coro a quem diz que, antes de um grande amor, vem uma grande amizade. O desencontro amoroso de ambos está relacionado àquela velha e triste questão de tomar decisões sem ouvir o coração, ocultar sentimentos e deixar de vivenciá-los em uma potencial relação.
O longa começa bem e promissor com uma provável atmosfera cool e indie (fotografia, falas, elenco inglês) mas depois o roteiro não é objetivo, usa clichês sem desenvolvê-los e dá muitas voltas (idas e vindas de Alex e Rosie) sem agregar muito valor narrativo aos diálogos e aos problemas da relação. O roteiro não aproveita bem o longo tempo da narrativa, ou seja, ele coloca vários acontecimentos da vida de Rosie, em especial, que dariam um bom material para desenvolver a história mas não os aproveita para explorar os relacionamentos e as personagens. Com esse roteiro, poderia ter tido uma edição mais objetiva, cortando 20 minutos da duração para melhorar o resultado.
Tanto Lily Collins como Sam Claflin têm química e são abençoados pela beleza das terras do Reino Unido, um dos atrativos do longa. Eles têm potencial de crescimento na carreira, no entanto têm que saber escolher os próximos papéis com cuidado tal que possam ser melhor desenvolvidos pela direção de atores. Lily Collins tem a doçura, simpatia e fotogenia. A câmera parece adorá-la. Sam Claflin pôde demonstrar um personagem mais simpático e romântico em comparação ao mais frio de Jogos Vorazes.
É um filme otimista, apesar das escolhas feitas pelos protagonistas. As coisas simplesmente acontecem e há esperança no amor, mesmo que uma década se passe, deve haver alguma chance de felicidade afetiva quando percebemos que a vida está nos dando uma nova oportunidade. Faz também a gente pensar sobre palavras que não são ditas quando sentimos algo especial por alguém e como as nossas escolhas impactam nossa vida. Além disso, tem o charme Britânico, sempre imperdível.
Ficha técnica no ImDB Simplesmente Acontece
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