Kung Fu? É. Nesse remake, não tem nada de Karate Kid na semântica das lutas marciais. No lugar dela, o Kung Fu, a arte milenar Chinesa entra em ação com sua enriquecedora abordagem disciplinar filmada de forma simples, funcional e blockbusteriana, mas capaz de emocionar o expectador que aprecia essa conjunção harmônica da arte oriental que cultiva o aprendizado, o bem estar e a mudança do indivíduo. Jaden Smith é Dre, um menino americano orfão de pai que se muda para Pequin com a mãe Sherry (Taraji P. Henson) para começarem uma nova vida. Como a franquia original, Dre tem que lidar com a rejeição dos meninos locais e já leva uma surra básica no começo do filme que já evidencia que ele tem um oponente bom de Kung Fu e adepto a humilhar os outros com Bullying, Cheng (Zhenwei Wang). Ao mesmo tempo, Dre começa a nutrir um intenso sentimento de amizade por uma menina local, a violinista Mei (Wenwen Han) e encontra a resistência da família dela que desaprova a amizade de ambos.
O contexto para Dre não é fácil porque há um natural choque cultural que parte muito mais dos meninos locais e maus que usam o Kung Fu como uma arma física e de opressão humana agredindo gratuitamente um estrangeiro, mas é importante frisar que o filme retrata um jovem garoto afrodescendente, com visual de rapper mirim, advindo de uma cultura agressivamente ocidental que morará na China para sempre e não tem a figura do pai, pelo menos, essa é a premissa, então o roteiro usa uma básica e conflitiva oposição ocidental x oriental que deverá ser harmonizada no transcorrer do filme a partir de uma relação especial entre Dre e seu mestre de Kung Fu, Dr. Han (Jackie Chan) que culmina na conciliação entre ambas as culturas. Essa relação pode ser considerada uma relação de filho e pai já que ambos, respectivamente, têm ausências de pai e de filho.
Muita da energia boa de Karate Kid é a presença de Jaden Smith. Até mesmo na solidão de algumas cenas com as dificuldades de adaptação e as evidentes rejeições, a energia do longa-metragem continua positiva porque Jaden é um entusiasta, um cara do bem e o filme é produzido para enfatizá-lo. Deu certo! Jaden é o The Kid, muito carismático, despojado e talentoso, e herdou a simpatia do pai. Jaden sabe muito bem conquistar a audiência em tela, mesmo que o argumento do filme seja simples e o final previsível; e isso não é nem pela interpretação dele, mas é pela sua personalidade, seu comportamento em imagens fílmicas. Ele é assim, seu pai também tem esse carisma desde que atuaram juntos em À procura da felicidade (2006). A partir de sua performance, fica claro que produzí-lo em um remake está acima de interesses blockbusterianos de criar uma nova franquia e uma nova estrela 'o Kung Fu Kid', Jaden sabe brilhar e ninguém melhor que os pais dele para saber desse potencial e colocarem o filho em evidência.
Com Jackie Chan, um pouco menos ativo no papel do mestre e zelador, Jaden ganha mais espaço, incorpora bem a arte marcial, tem ótima flexibilidade e controle corporal e só não tem melhor resultado porque o final do longa não chega a ser tão empolgante, não é tecnicamente e emotivamente tão vibrante como outras cenas intermediárias que são filmadas para serem mais sentimentais. No sentimentalismo da película, a grande lição é perceber que não é só Dre que tem um mestre que o ensina a lutar, mas Dr. Han tem um aluno que o ensina a viver, a recomeçar, a superar velhas lembranças, logo a relação de mestre e aluno é uma relação de benefício mútuo. Com as imagens de uma China de belas paisagens, a fusão Ocidente e Oriente chega a emocionar com os momentos chave nos quais as relações humanas são catárticas e o respeito, o amor, a amizade, o perdão e a tolerância imperam na tela, nocauteiam qualquer oponente, derrotam qualquer hostilidade.
Título Original: The Karate Kid
Origem: EUA, China
Gênero(s): Ação, Drama
Duração: 140 min
Diretor(a): Haralt Zwart
Roteirista(s): Christopher Murphey, Robert Mark Kamen
Elenco: Jaden Smith, Jackie Chan, Taraji P. Henson, Wenwen Han, Rongguang Yu, Zhensu Wu, Zhiheng Wang, Zhenwei Wang, Jared Minns, Shijia Lü, Yi Zhao, Bo Zhang, Luke Carberry, Cameron Hillman, Ghye Samuel Brown
Oi Darling!
ResponderExcluirCheguei do cinema e o filme que assisti hoje foi esta simpatia do Karate"Kung-Fu" Kid, rs!
Um filme adorável que emociona e oscila para o divertimento, graças a genética, o sangue que o garoto Jaden tem do pai.
Obviamente que o clássico com Macchio e Morita é superior e obra-prima, mas este filme não sai perdendo ( e o título não atrapalha), porque é bem filmado (as sequências nos templos chineses e a contemplação que o filme faz da China), e graças a presença do grande Jackie Chan. E curiosamente faz o primeiro papel de coadjuvante de sua carreira com carga emocional e novas facetas que me convenceu.
Simpatia de filme. Adorei sua crítica e os pais são corujas mesmo, rs! Mas desde 'À Procura da Felicidade' havia um garoto interessante.
Beijos!
Rô
Madame, eu não dava nada por este filme .. pensava que iria ser um megafracasso, um remake de um clássico dos anos 80 ? Jurava de pé junto, que não ia dar certo! hahaha
ResponderExcluirE olha eu "pagando língua" agora, ainda não conferi mas é de se espantar as críticas positivas que o filme vem recebendo, estou ficando cada vez mais curioso!!!
Abs.
Eu sou fã do filme original, que marcou a minha infância. Acho que, apesar das mudanças, este remake mantém a essência da trama original e se apoia, acertadamente, no carisma do Jaden Smith e na excelente performance do Jackie Chan, no melhor papel dele no cinema.
ResponderExcluirÉ um filme bem simpático mesmo. E achei o garoto Smith bem seguro, com bons gestos e expressões.
ResponderExcluirPoxa, agora fiquei mais curiosa para assistir esse filme. E como o Jaden está semelhante com o pai dele. rsrs.
ResponderExcluirBeijos, querida! ;)
Acho que não tem como desgostar da mensagem deste filme.Mesmo assim vou esperar para conferi-lo na tv por assinatura. Há de se pontuar, no entanto, a grande sacada de promoção que Will Smith fez. Arranjou uma franquia para seu filho e se deu bem em termos de faturamento no verão, mesmo sem estrelar um filme sequer.
ResponderExcluirbjs