MaDame Blockbuster:
Cinema Pipoca e no stress
Por Cristiane Costa
Depois de escapar do Labirinto em Maze Runner : Correr ou morrer, primeiro longa-metragem da série ficcional de James Dashner, Thomas (Dylan O'Brien) e seus amigos Clareanos precisam descobrir o que está por trás da organização C.R.U.E.L. Confinados nas dependências do local sob as rédeas do vilão Janson (Aidan Gillen), os amigos enfrentam os desafios de uma fuga por um desolado lugar. Maze Runner: Prova de Fogo é como uma prova de corrida com obstáculos. Se os jovens amigos correram bastante no primeiro filme, neste aqui eles vão correr muito mais.
A excelente construção das sequências de ação priorizam dificultar ao máximo a sobrevivência dos Clareanos em cenas que eles escapam da morte por um triz. Sob este aspecto, o longa-metragem com direção de Wes Ball, que também dirigiu o antecessor, é um blockbuster bem construído na ação, ritmo e no tempo transcorrido. Por mais que nada de realmente relevante ocorra na história, considerando que os vilões perseguem os Clareanos e não existe um bom desenvolvimento narrativo do conflito entre protagonista e antagonistas, o longa-metragem tem dinamismo e a ação é bem articulada no corte e sequência de planos. Fica bem evidente que houve um cuidado da direção em manter a amarração de toda a edição de forma a criar continuamente o impacto de thriller de ação.
Dylan O'Brien, mais maduro e sarado para encantar o público adolescente, continua como um bom líder carismático e leal com os amigos. Disposto a não deixar nenhum deles para trás, ele corre contra o tempo e executa com segurança as cenas de ação e as poucas dramáticas. Ele e Minho (Ki Hong Lee) são os personagens mais atrativos, tanto com relação à habilidade física como para mostrar o valor da amizade e a coesão do grupo, sendo que, neste filme, Teresa (Kaya Scodelario) é pouco utilizada. Seu personagem desaparece em cena e apenas é essencial no terceiro ato.
Ainda que seja contraditório afirmar isso, o principal gap de Maze Runner : Prova de fogo é exatamente o que o faz forte como entretenimento e produto comercial: sua ação sem muita preocupação com o conteúdo da trama e a relação entre as pessoas e os fatos. Não existe um storytelling eficiente porque o diretor garante a ação e aproveita bem o ambiente desolado de um mundo pós apocalíptico e misterioso, adiciona assustadores Cranks (Zumbis) e a diversão torna-se o carro chefe, mas o roteirista T.S. Nowlin não transmuta a ficção para a tela com uma perspectiva mais aprofundada do conflito interpessoal, principalmente, tendo em vista que esta é uma obra intrigante desde o primeiro longa e tem potencial pelo mistério e suspense. Este tipo de produção no qual os personagens têm que correr muito e escapar de perigos não deixa muita opção para o roteirista desenvolver grandes diálogos, porém nesta história havia espaço de sobra para equilibrar a ação e o conflito central. O filme dura quase duas horas.
A cientista Ava Paige (Patricia Clarkson) aparece no final e o vilão interpretado por Gillen não tem autonomia para atuar e personificar o mal, por consequência, o longa se restringe a ser uma correria, uma rota de escape como observar um "game" e acompanhar a luta dos Clareanos pela sobrevivência. Nem mesmo novos personagens como Jorge (Giancarlo Esposito) e Brenda (Rosa Salazar) são bem aproveitados, embora Salazar tenha boas cenas com O'Brien e tira de cena Teresa como figura feminina central. Por outro lado, como é um filme que interliga o primeiro e o último da franquia, o roteiro apresenta novos personagens e uma reviravolta que deixa o público curioso. A primeira reação em potencial é querer ler os livros enquanto o terceiro filme não vem. Lance de marketing e dos produtores? Bem provável. Faz parte do negócio popularizar franquias baseadas em fenômenos editoriais e torná-las um sucesso de vendas na livraria e nas salas de cinema.
Dylan O'Brien, mais maduro e sarado para encantar o público adolescente, continua como um bom líder carismático e leal com os amigos. Disposto a não deixar nenhum deles para trás, ele corre contra o tempo e executa com segurança as cenas de ação e as poucas dramáticas. Ele e Minho (Ki Hong Lee) são os personagens mais atrativos, tanto com relação à habilidade física como para mostrar o valor da amizade e a coesão do grupo, sendo que, neste filme, Teresa (Kaya Scodelario) é pouco utilizada. Seu personagem desaparece em cena e apenas é essencial no terceiro ato.
Ainda que seja contraditório afirmar isso, o principal gap de Maze Runner : Prova de fogo é exatamente o que o faz forte como entretenimento e produto comercial: sua ação sem muita preocupação com o conteúdo da trama e a relação entre as pessoas e os fatos. Não existe um storytelling eficiente porque o diretor garante a ação e aproveita bem o ambiente desolado de um mundo pós apocalíptico e misterioso, adiciona assustadores Cranks (Zumbis) e a diversão torna-se o carro chefe, mas o roteirista T.S. Nowlin não transmuta a ficção para a tela com uma perspectiva mais aprofundada do conflito interpessoal, principalmente, tendo em vista que esta é uma obra intrigante desde o primeiro longa e tem potencial pelo mistério e suspense. Este tipo de produção no qual os personagens têm que correr muito e escapar de perigos não deixa muita opção para o roteirista desenvolver grandes diálogos, porém nesta história havia espaço de sobra para equilibrar a ação e o conflito central. O filme dura quase duas horas.
A cientista Ava Paige (Patricia Clarkson) aparece no final e o vilão interpretado por Gillen não tem autonomia para atuar e personificar o mal, por consequência, o longa se restringe a ser uma correria, uma rota de escape como observar um "game" e acompanhar a luta dos Clareanos pela sobrevivência. Nem mesmo novos personagens como Jorge (Giancarlo Esposito) e Brenda (Rosa Salazar) são bem aproveitados, embora Salazar tenha boas cenas com O'Brien e tira de cena Teresa como figura feminina central. Por outro lado, como é um filme que interliga o primeiro e o último da franquia, o roteiro apresenta novos personagens e uma reviravolta que deixa o público curioso. A primeira reação em potencial é querer ler os livros enquanto o terceiro filme não vem. Lance de marketing e dos produtores? Bem provável. Faz parte do negócio popularizar franquias baseadas em fenômenos editoriais e torná-las um sucesso de vendas na livraria e nas salas de cinema.
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Cristiane Costa, MaDame Lumière