O longa é um ótimo blockbuster que traz 5 qualidades bem harmônicas em sua narrativa e técnica: bom roteiro, excelentes efeitos visuais, uma emocionante temática sobre a liberdade e contra o abuso de animais, uma tensão entre homens e macacos, a opinião ética entre ciência e a natureza primitiva. Com esses cinco pilares, um bem estruturado roteiro, uma direção na qual prevalece as ricas sutilezas do visual que traz emoção e uma dose de afeto, que é evocado pela relação dos Roadman e Caesar, a película é cativante e, no seu desfecho, desmonta em lágrimas o espectador mais sensível. De maneira geral, a história de Caesar é triste e inspiradora. Triste porque foi criado como orfão, fora de seu habitat e em uma família humana que, ao mesmo tempo que o ama, também têm interesses bem particulares pois Caesar é uma cobaia para Will que procura testar uma nova droga e curar a doença incapacitante de seu pai. Nesse aspecto, o filme já divide as emoções do espectador que vai desejar a liberdade de Caesar e a cura de Charles. Por outro lado, a inspiração advém da luta contra a exploração e abuso contra os símios. Eles são inteligentes e, portanto, merecem reinvindicar às suas liberdades individuais e coletivas. Ao estar enjaulados, o filme trabalha muito bem como são prisioneiros, mal tratados e aquém da raça humana, usados comercialmente para atender interessses de grandes corporações científicas. A figura de atitude de líder de Caesar vem a inspirar e abrir caminho para essa liberdade, um direito que vai além do filme e ganha o espectador por mostrar que todos podem escolher e lutar pela liberdade. Nisso está o livre-arbítrio.
Convém ressaltar que Planeta dos Macacos sem esse Caesar não seria o mesmo, ou seja, Andy Serkis é um ponto alto do filme. A expressiva atuação do talentoso e dedicado ator que, desde o Gollum (O Senhor dos Anéis), tem o dom de interpretar personagens digitais via motion-capture é um deleite. Caesar é todo trabalhado em pixels que o tornam um magnífico trabalho visual. Sua atuação rende à fita um realismo impressionante de como o macaco se sente em sua jornada de perdas, adversidades e superações, desde as sutis atitudes de estratégia e liderança até os expressivos olhares de distintas emoções. Destaque também para James Franco, em um papel equilibrado entre a razão e a emoção do cientista e, principalmente, para John Lithgow em uma atuação curta, porém impregnada de sensibilidade e maturidade. Seu estado frágil e instável perante a enfermidade vem a dividir eticamente a opinião do espectador, pois afinal, também se deseja a cura de uma doença para um ente querido, mas a sociedade sabe que, na ciência, muitos animais são usados como cobaias e sacrificados para experimentos.
Esse é um conflito gerado pela dicotomia ciência - natureza, razão - emoção e que, no filme, não passa desapercebido por isso que o longa é uma ótima diversão com reflexão. Indiretamente, ainda que o filme não tenha um propósito militante de levantar bandeiras, outras reflexões são inevitáveis e também virão após a sessão como: o que é afinal evoluir para o homem? Perder a liberdade? Fazer com que outros seres sejam sacrificados e percam essa liberdade? Oprimir para seguir com interesses financeiros e nada coletivos? E a evolução moral, onde fica? Será que o homem evoluiu em sua liberdade , a sua e a do outro, ou continua minando sua própria evolução?
Informações sobre o filme, acesse ImdB
Até agora eu não vi e nem sei se verei... O filme não me chama muito a atenção mesmo...
ResponderExcluirAlan, eu acho que deveria assistir pois é bem legal, tocante no final. bj
ResponderExcluirCris, achei o filme bem interessante, nos envolve e tem bons feitos. Achei curioso que na época todo mundo contava com a indicação ao Oscar do Andy Serkis. De fato, é um bom filme! Eu mesmo me senti feliz em ver, sério mesmo, até comprei o BD. Beijo!
ResponderExcluirCris,
ExcluirAcho que é um bom filme, bem planejado tanto no roteiro, direção e atuações. Está aí um exemplo de filme comercial que cumpre uma função de trabalho bem feito.
Bj
Eu adorei também. Ótimas reflexões, que, muitas delas, eu compartilhei. Por mais que o filme seja mascarado como uma obra reflexiva, no entanto, é um genuíno blockbuster, que abraça o gênero da melhor forma possível, nos proporcionando diversão, com boa dose de drama. Quanto ao tão comentando Andy Serkis: ele está ótimo, como sempre. Mas, ele esqueceu que estava interpretando um macaco, tornando seu personagem inverossímil, ao imprimir muita humanidade no mesmo. Prefiro, com certeza, ele como Gollum!
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