Que mico!
O maior mico para um produtor, roteirista, diretor e equipe é perder tempo e energia em realizar um longa que nitidamente é um filme ruim. Será que em momento algum da produção se percebeu isso? Não é necessário nem ser especialista em Cinema para observar quando um filme não tem uma razão de ser e, quando se deseja contar uma história, não o faz de uma forma, no mínimo, inteligente, autêntica, fluída e que sirva de aprendizado ou genuína emoção para as plateias. Cabe aí o bom senso se vale a pena a produção buscar investimentos para um filme ruim, capitalizá-lo para que, afinal? E por quê o diretor não filtra o roteiro ruim ou faz uma autoanálise se é o momento certo para dirigir um filme mico ou se tem condições de torná-lo melhor do que ele se propõe? Nessas horas, o bom cinéfilo pensa: "Por que gastou-se tanto tempo, dinheiro e esforços de uma equipe para produzir algo que não dignifica o próprio valor do Cinema", uma Arte que entra na vida do espectador, faz com que ele aguarde a estreia, compre o ingresso, alugue o filme e afins. O filme mico pode até fazer o espectador derramar uma lágrima de emoção (ou de vergonha alheia), dar gargalhadas de alegria (ou do ridículo), entretê-lo por alguns minutos, ainda assim, está marcado como ruim por uma boa parte das pessoas que gostam de Cinema e já sabem julgar e separar o regular do medíocre. A seleção top 5 filmes mico do ano não tem a pretensão de depreciar o trabalho dos realizadores, mas deixar claro que sinalizar que o filme é ruim já é o começo de uma crítica construtiva para que novos filmes venham e que não tenham qualquer relação com estes. Se servir de consolo, a vantagem é que haverá outros filmes ruins na seleção de Cinema Internacional, bem ruins.
5 - Qualquer gato vira lata, de Tomás Portella
Baseada em obra de Juca de Oliveira, até que a intenção da comédia é boa. Cleo Pires se esforça com sua beleza e carisma, porém o Qualquer gato vira lata repete os nauseantes e cansativos estereotipos femininos e masculinos na busca do par ideal e seria melhor enquadrá-lo como um produto de TV, não de Cinema. Além disso, ver as caras e bocas de Dudu Azevedo como o fútil gostosão nas paradas de sucesso, como boa parte dos homens desse tipo, é de doer, pois soa artificial como boa parte da atuação do elenco e do texto que lhes é dado.
4 - As mães de Chico Xavier, Glauber Filho e Halder Gomes
Diferente dos longas Chico Xavier e Nosso Lar, esse filme poderia ter sido melhor desenvolvido no roteiro, na edição, na direção e na direção de atores já que a premissa de envolver questões como a maternidade, filhos e perda poderia render uma emoção à flor da alma, mais genuína e incorporada como os planos são filmados e montados, por assim dizer, menos direcionada a comover pelo aspecto comercial de emocionar e muito menos pelo aspecto religioso espírita. Certamente, Chico Xavier merecia filmes melhor produzidos, com fundo de verdade ao contar uma história. Funciona melhor como produto de TV e também panfletagem espírita, mas como Cinema, o seu desenvolvimento é muito vagoroso e abusa de trilha sonora.
3 - Assalto ao Banco Central , de Marcos Paulo
Inspirado no maior roubo ocorrido no Brasil em 2005, esse longa é uma ideia mal desenvolvida que não deu certo e que só confirma que não fazemos filmes policiais como os Americanos, exceto os tops Tropa de Elite 1 e 2, que é um caso de sucesso à parte, muito bem dirigido, montado e atuado. O roteiro de Assalto ao Banco Central é muito precário, acabou que o desenvolvimento dos planos nem deram a importancia devida de um grande roubo, pecam em dar suspense e tensão à trama, além de oferecer aos atores diálogos que não agregam nenhuma profundidade que preparam as cenas da próxima claquete, desperdiçando talentos como Lima Duarte e Giulia Gam.
2 - Cilada.Com, de José Alvarenga Jr
Cilada.com é um exemplo de produto que deve ser suportado pela TV, não pelo Cinema. Ele deveria ter ficado na TV paga, apesar que nem a TV ideal e de qualidade deveria aceitar um roteiro como o aprovado para o filme. Além de apelar para o mau gosto ao extremo com piadinhas chulas e apelações eróticas nada inteligentes, Cilada.Com é definitivamente mais um besteirol tupiniquim, que se traduz como um conjunto de cenas que reforçam a sua mediocridade como Cinema descartavel, apelativo e comercial. Funcionaria como um programa de humor que, a depender do roteiro, certamente nem os bons cinéfilos iriam assistir.
1 - As doze estrelas, de Luiz Alberto Pereira
O problema desse longa já começa no próprio trailer. Ao assistir, o cinéfilo provavelmente dirá: "De onde eles tiraram essa ideia? Que viagem!" A intenção de incluir no roteiro a Astrologia e 12 personagens, 1 para cada signo, não é de todo o mal e soa até como uma forma de pensar "diferente" e conhecer mais esse universo cósmico, mas o desenvolvimento é mal recortado e uma direção de arte tosca e de mau gosto, além de trazer a novela para dentro do Cinema que, honestamente, é uma ideia dispensável. No final, é uma viagem a 12 estrelas que o espectador não verá a hora de voltar.
Veja como sou sortudo: não vi NENHUM destes! hahahaha
ResponderExcluirNão vi nenhum e passarei longe de todos!
ResponderExcluirAprendi com a prática a temer filmes espíritas e os"banditistas" baseados em fatos reais, que pegam carona na aclamação de "Cidade de Deus" no iníci da década passada...
Meninos,
ResponderExcluirÉ bom assistir a filme ruim para ver como tem gente que gosta de pagar mico, rs...