A cada ano, novos documentários chegam às telas do Cinema e conquistam pela autenticidade do registro, por explorar um pouco mais da história de pessoas comuns e famosas que constroem suas realidades nesse mundo que, por si só, é um macro documentário. Nessa categoria que vem sendo muito bem apreciada por Madame Lumière, optei por selecionar os documentários cujo registro fica no campo mais não ficcional, incluindo o de Ana Rieper (Vou rifar meu coração) que obteve mais destaque na Mostra de Cinema São Paulo, CCBB e Festival de Brasília. Coincidentemente, a música foi um personagem na maioria dos documentários escolhidos, sempre inspiradora e nostálgica. Destaco também, como menções honrosas, os diretores Sergio Borges e João Jardim, respectivamente, por dirigem híbridos de documentário e ficção, respectivamente, em O céu sobre os ombros e Amor?. Eles não entraram como documentário puro, mas já demonstram que as fronteiras entre ficção e não ficção têm rendido excelentes longas, o reconhecimento do público e da crítica e uma nova forma de fazer Cinema Brasileiro.
Um ótimo retrato de uma época marcante na música popular Brasileira: anos 60 e 70 com o grupo musical Novos Baianos em um contexto de ditadura militar. O imensurável legado cultural está no filme com temas como o tropicalismo, o futebol, a contracultura, o estilo alternativo e comunitário dos Novos Baianos. Muito mais do que fazer música boa e autêntica, com a veia da Brasilinidade, o grupo Novos Baianos é parte da História cultural do Brasil em uma época de represssão, no qual os artistas abriam os caminhos da liberdade com paixão pela Arte.
3 - Rock Brasília: Era de Ouro, de Vladimir Carvalho
Para quem viveu a geração Legião Urbana, provavelmente se emocionará muito com esse documentário que registra uma jornada nostálgica ao rock dos anos 80. Nostalgia é uma palavra essencial para essa época, cheia de significados militantes e inspiracionais em um documentário que recupera a verve de desejos e sonhos de uma juventude única existente no país.
O documentário é fascinante. É uma verdadeira declaração de amor às canções que marcam a vida afetiva de várias pessoas, através de testemunhos intimistas, impregnados de verdade e sensibilidade e músicas entoadas por elas mesmas. O diretor Eduardo Coutinho, com seu toque de Midas, experiente e cativante, faz de As canções um documentário obrigatório a todos que gostam de uma autêntica emoção amorosa através da música e da memória.
Oi, querida, o blog tah bem bacana....bj
ResponderExcluirGatti
Me interessei por esse Filhos de João e Vou Rifar Meu Coração. Gostei do texto, Madame.
ResponderExcluirAbraço do Cinéfilo Otávio.
Destes, só não vi Rock Brasília, por pura opção, já que não suporto o Renato Russo. Vou Rifar meu Coração ainda estou na esperança que lance em circuito comercial, acho belíssimo e, inclusive, escrevi um texto sobre ele no Lumi7. O Filhos de João me encantou, conhecia a música dos Novos Baianos - muito boa, por sinal -, mas sua história é absolutamente fascinante. Achei o máximo a divisão de dinheiro deles e a paixão pelo futebol! Trocaria o As Canções pelo Lixo Extraordinário, pois, embora tenha chorado horrores no segundo, o primeiro é mais belo e tocando, ao meu ver. São, de fato, os dois melhores documentários do ano passado (não só nacionais, mas de todos lançados)!
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