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"é uma história que fala de amizade, que fala de lealdade e de proteger os amigos, mostrando que mesmo uma garotinha  pode ajud...

Cine Família: O bom gigante amigo (The BFG), de Steven Spielberg




"é uma história que fala de amizade, que fala de lealdade e de proteger os amigos, mostrando que mesmo uma garotinha  pode ajudar um gigantão a resolver seus maiores problemas". (Steven Spielberg)



Por Cristiane Costa,  Editora e crítica de Cinema MaDame Lumière e Especialista em Comunicação




Este ano, Roald Dahl faria 100 anos. De origem britânica, ele é um dos maiores escritores  de Literatura infanto juvenil e reconhecido mundialmente por clássicas obras  que foram adaptadas para o Cinema como "A fantástica fábrica de chocolate" e "Matilda". Em homenagem a esse centenário, a partir de 28 de Julho, o público terá a oportunidade de conhecer mais um pouco sobre o lúdico mundo de Dhal com o lançamento de O bom gigante amigo (The BFG) nos Cinemas Brasileiros, com distribuição da Disney e direção do grandioso Steven Spielberg.





Na clássica história que aborda a amizade entre um gigante e uma garota orfã, Sofia (Ruby Barnhill) é sequestrada por BGA (Mark Rylance) e levada à terra dos gigantes. Com seus quase 7 metros de altura, orelhas enormes, comedor de "chuchubobrinha" e  viciado em "frosbrulhante", BGA é assustador na aparência, porém, dócil, bondoso e abobalhado na essência, além de ser um caçador de sonhos e ter um coração sensível. Ambos desenvolvem uma bela amizade, com muito humor e confiança, e na qual Sofia o ajuda a resgatar sua autoestima e valor. Mas, o perigo ronda a caverna de BGA. Os gigantes maus BocaBrava (Bill Hader) e FazMaldade (Jemaine Clement) adoram comer seres humanos ("humanomens") e sentem o cheiro da garota. BGA e Sofia têm um plano de defesa e retornam à Londres para conhecer a rainha Vitória (Penelope Wilton) e sua assistente Mary (Rebecca Hall).



Com um time de produção e roteiro, nos quais se destacam nomes que têm trabalhado com Spielberg durante sua carreira, o filme foi adaptado por Melissa Mathison (de E.T. - o Extraterrestre) e tem produtores como Frank Marshall ("Jurrassic World"), Kathleen Kennedy ("Star Wars: o despertar da força" e "Lincoln"), Kristie Macosko Krieger (" Ponte dos espiões" e "Lincoln"), entre outros. Em mais uma parceria com o cineasta,  Mark Rylance que ganhou o BAFTA e o Oscar de melhor ator coadjuvante por "Ponte dos espiões", está de volta. Com ele e o desenvolvimento do talento de Ruby Barnhill, uma atriz cheia de doçura e carisma, mais uma vez Spielberg encanta com uma graciosa e sensível história sobre a amizade entre uma criança e uma figura não humana.





Cabe reforçar aqui que Spielberg é um dos pais do Cinema Americano, um dos melhores contadores de histórias do mundo e um exímio diretor de atores. São poucos os cineastas que  são referência e têm expertise para uma sólida direção que reúne variados gêneros como a fantasia, a aventura, o drama, a comédia e ação e é capaz de falar com as pessoas como um bom amigo. Spielberg é o cara até quando não realiza um clássico como E.T - o Extraterrrestre ! É o que ocorre nesse filme! A satisfação do público com O gigante amigo dependerá exclusivamente de uma questão de expectativas e exigências com relação a um diretor icônico na História do Cinema, isso porque quanto mais o diretor é competente, mais ele é exigido. 


O roteiro não explora tanto a aventura e os gigantes antagonistas; por outro lado, os efeitos visuais cheios de vida e magia, um design de produção tão "britânico" que logo no início  lembra os filmes de Harry Potter e, em específico, a atuação de Barnhill como uma encantadora e inteligente amiga de BGA já são mais que suficientes para valorizar essa adaptação.


A execução em si fica mais no plano da amizade e a lealdade, valores básicos da história e que desenvolvem o relacionamento, do que no desejo de evoluir para  uma aventura  de fortes emoções. Esta escolha foi um risco e poderá frustrar muitos espectadores e fãs de Spielberg, certamente, considerando que a dinâmica em cena não se apoia em outros acontecimentos, tudo é muito simples nas ações, os vilões não têm muito espaço e são mais bobos ainda. Dessa forma, o que vale é acompanhar os diálogos engraçadinhos entre a garota e BGA e dar atenção às características lúdicas da narrativa que são bem suportadas por um excelente trabalho de efeitos visuais. 


Mais adiante, com a entrada da rainha Vitória em cena, o clímax em si é mais engraçado e Rylance dá um show que arranca boas risadas. Não há como negar que, por mais que BGA seja bem abobalhado, suas falas erradas e sua carinha afetuosa não deixam de ser adoráveis, afinal, a fantasia é lidar com o imaginário, com aquilo que nos tira do lugar comum.





A lição que fica ao ver O gigante amigo é se dar conta de que adaptações costumam ser fieis ao original e nem sempre o diretor deseja alterar essa autenticidade, principalmente quando o assunto é lidar com o público infantil.  Por tradição literária, "The BFG" foi concebida como se fosse uma canção de ninar. Ressalta mais a ida de uma garotinha que vive em um orfanato mergulhada na solidão a um mundo diferente, no qual ela pode se aventurar na Terra dos sonhos e conhecer um grande amigo. Ao optar por este foco, Spielberg perde em dramaturgia mas investe na relação dos protagonistas. Há momentos que são desperdiçados, em compensação os vívidos efeitos visuais são capazes de encantar o público, se não como técnica, como trabalho artístico.

Assim como Martin Scorsese realizou "A invenção de Hugo Cabret" e foi criticado por alguns por não ser "um grande filme de Scorsese", o mesmo ocorrerá com Spielberg. O bom gigante amigo não nasceu para ser um clássico na tela, mas tem ternura de Spielberg e isso aquece o coração, então vá assisti-lo sem altas expectativas.



Ficha técnica do filme Imdb O bom gigante amigo

Estreia: 28 de Julho
Distribuição Disney

2 comentários:

  1. Obrigado pela resenha é um filme maravilhoso. Sem dúvida os filmes que são baseados em livros são inesquecíveis, vi também 7 Minutos Depois da Meia Noite e se tornou em uma das minhas histórias preferidas, é umo dos melhores filmes sobre livros, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Li que Juan Antonio Bayona foi o responsável e fiquei muito satisfeita com o seu trabalho, além de que o elenco foi de primeira. De verdade, adorei que tenham feito este filme.

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    1. Olá Monica, eu que agradeço a sua visita. Desculpe a demora em responder, tive que atualizar o html desse blog e preferi responder com calma os comentários. Eu ainda não assisti a 7 minutos depois da meia noite. Esse filme está na minha lista de desejos e já disponível no telecine.
      Eu acredito que o Bayona tem um estilo de direção fantástica com elementos do horror que são bem elaborados em cena. Exemplo disso é o Jurassic World : reino ameaçado que, embora não me agradou o roteiro, o diretor consegue incluir elementos do fantástico e do horror no filme.
      Abraços

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