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Por  Cristiane Costa , Owner, Editora e Crítica de Cinema  MaDame Lumière  e Especialista em Comunicação Empresarial  Através de ...

Creed: Nascido para lutar (Creed - 2015), de Ryan Coogler




Por Cristiane Costa, Owner, Editora e Crítica de Cinema MaDame Lumière e Especialista em Comunicação Empresarial 




Através de lançamentos como MAD Max Estrada da Fúria e Star Wars : o despertar da força, ficou mais nítido que os realizadores têm investido em um elemento bastante afetivo  no Cinema: a nostalgia. Resgatar aspectos nostálgicos de filmes anteriores têm sido eficiente para conectar o público com histórias e personagens marcantes, como por exemplo, rever o diretor George Miller em ação e boa forma em um dos filmes mais eletrizantes de 2015, trabalho que lhe garantiu 11 indicações ao Oscar 2016 inclusive de melhor diretor e melhor ator, assim como ter o privilégio de rever Harrison Ford, Carrie Fisher e Mark Hamill revivendo seus personagens icônicos na poderosa e atemporal franquia de George Lucas. Com Creed: Nascido para lutar não é diferente. Sob a direção de Ryan Coogler, o emblemático personagem Rocky Balboa ( Sylvester Stallone) retorna à cena, agora como treinador de Adonis Johnson (Michael B. Jordan),  filho de Apollo Creed (Carl Weathers, no filme "Rocky: um lutador" de 1976).







Um dos destaques das estreias de Janeiro nos cinemas Brasileiros, o filme é resultado de uma grande e excelente sacada dos produtores: retomar a simplicidade e o poder de emocionar de "Rocky: um lutador", porém com outros personagens e contexto, entrelaçando o presente e o passado desta comovente história. Quem ganha são o público que acompanhou a trajetória de Rocky e poderá ver Sylvester Stallone em excelente atuação, mas também, a jovem geração que está aprendendo mais sobre Cinema e que tomará contato com estrelas emergentes como Michael B. Jordan e o quão inesquecível é rever Rocky em ação.







Com uma história contemporânea que envolve confiança, determinação, superação e perdão, o roteiro reproduz uma agradável momento do legendário Rocky , agora com uma missão diferente: ser um "coach". E logo de quem? Do filho de um dos lutadores que mais o desafiaram no ringue. Realmente o mundo dá muitas voltas, inclusive no Cinema. O filme surpreende mesmo pela presença de Sylvester Stallone, merecidamente  vencedor do Globo de Ouro 2016 de melhor ator coadjuvante por este papel e indicado ao Oscar 2016 na mesma categoria. O ator e o seu jeitinho de velho amigo comove exatamente por recuperar este personagem tão querido na história do Cinema. Um homem comum, simples, sincero e bem humorado, um lutador que teve músculos fortes e força física durante anos e anos ,mas também é vulnerável, se sente sozinho e com saudades da falecida esposa, um vencedor  que foi um grande ícone do boxe mas não usa este fato para obter privilégios egoístas ou usar sua glória passada como exibicionismo. Rocky é umas das figuras mais legais do Cinema e, graças ao carisma de Stallone, ele se torna mais especial e autêntico.








De forma muito bem acertada, a narrativa reconfigura o protagonista lutador (Jordan) com problemáticas semelhantes a ocorridas quando Rocky Balboa começou a carreira. Adonis Johnson é um jovem que gosta de lutar, decide viver na  Philadelphia para ser treinado pelo campeão e precisa acreditar em si mesmo. Assim como o experiente lutador, ele não tem muitos amigos ou referências masculinas e ter Rocky como um treinador é apenas parte da bela jornada. Rocky será um novo amigo e uma figura paterna.



O elemento do romance não é deixado de lado e o coração do lutador tem uma garota. Adonis conhece  Bianca (Tessa Thompson) assim como Rocky conheceu Adrian (Talia Shire) e a ideia não é ver fogos de artíficio no relacionamento, mas o desabrochar de um amor jovem. No geral, uma infância pobre e com a ausência do pai Apollo é parte importante da história de Adonis com a qual ele tem que lidar, assim como perseverar no boxe , ter seu brilho próprio e alcançar reconhecimento como lutador é o objetivo. O maior desafio está fora do ringue , mais na mente do que nos pulsos e nas mãos, mais no amadurecimento pessoal: saber tirar a força que vem do sangue lutador dos Creeds, mas sem viver à sombra da imagem e reputação do falecido pai. Neste ponto, Michael B. Jordan realiza um bom e equilibrado trabalho  entre a sua preparação e vigor físico e a ligeira inexperiência do personagem.








O longa tem um ótimo trabalho de direção, com destaque para a fotografia de Maryse Alberti  (De "O lutador", de Darren Aronofsky) que agregou bastante valor aos enquadramentos e estabeleceu frescor visual em cena. Diferente de Nocaute ( "Southpaw", de Antoine Fuqua) que não soube explorar muito bem a mise en scène do ringue, as virtudes técnicas de roteiro, montagem, direção de atores e fotografia colocam "Creed" em um patamar mais elevando de qualidade cinematográfica para um filme desportivo, principalmente nas cenas de luta  e os diferentes enquadramentos bem executados com forte realismo e emoção. Além disso, sob o ponto de vista do valor e impacto da fotografia para a construção da narrativa, ela é bem explorada em cenas chave como Michael B Jordan nas ruas do bairro ou durante seus treinos com Rocky, desta forma, o longa conquista por uma boa escolha das cenas, locações, cortes e trilha sonora, criando uma conexão afetiva crescente com os personagens e um excelente entretenimento. No final da sessão, o desejo cinéfilo é bem previsível: assistir de novo a "Creed" ou todos os filmes anteriores de Rocky, em especial, o saudoso "Rocky: um lutador".








Ficha técnica do filme Imdb  Creed
Distribuição: Warner Bros Pictures
Estreia no Brasil: 14 de Janeiro de 2016


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