Sou MaDame Lumière. Cinema é o meu Luxo.

De todos os gêneros que há no Cinema, o musical é um daqueles entretenimentos ligeiros e agradáveis no qual contar uma densa história não é ...

Burlesque (2010)



De todos os gêneros que há no Cinema, o musical é um daqueles entretenimentos ligeiros e agradáveis no qual contar uma densa história não é a prioridade, por mais que a sinérgica combinação de dança, música e uma boa história seja bem-vinda. O que apreende a atenção e a sensibilidade do público em uma película musical é como a música e a dança se comunicam com a história, como se integram e se complementam para transmitir uma intenção, uma emoção, uma diversão com humor e descontração. Envolver o público com o charme da música e da dança é fundamental. Nesse quesito, Burlesque tem uma fórmula que dá certo: reúne duas carismáticas estrelas de diferentes gerações, Cher e Christina Aguilera, que têm em comum um público fiel que preza pela sensualidade e pela liberdade: o gay, são cantoras de renome, inimitáveis, e o musical segue uma estética burlesca, do figurino à paródia musical, com mulheres pin-ups, sedutoras e ousadas para atrair olhares masculinos e femininos em performances dançantes de tirar o fôlego.





Dirigido por Steve Antin, Burlesque tem um apelo levemente romântico-dramático e uma energia sensual burlesca. Relata a trajetória de superação de uma garota de uma pequena cidade, pobre, orfã de mãe e sozinha no mundo, Ali (Christina Aguilera) que tem uma bela voz, sabe dançar e interpretar e não tem um tostão no bolso. Ali é segura de que é talentosa e deseja ser uma estrela. Ela viaja a Los Angeles e conhece o clube noturno Burlesque que faz apresentações teatrais do Burlesco, um misto de dança, comédia e liberação da sensualidade feminina. A proprietária do clube, Tess (Cher) e seu ex-marido e sócio Vince (Peter Gallagher) estão passando por dificuldades financeiras e podem perder o clube a qualquer momento. Com a chegada de Ali, novas possibilidades surgem na vida das duas estrelas, assim como nasce e se renova a paixão pelo Burlesque. Para apimentar o filme, além da sedução de Christina Aguilera representando ela mesma com sua arrebatadora e vigorosa voz, temos as atrativas performances de belas mulheres, entre plumas e espartilhos, e entra em cena o clima de romance entre Ali e Jack (Cam Gigandet), barman e compositor do Burlesque.





O roteiro é modesto e baseado em uma receita pronta de uma garota talentosa e sonhadora que precisa de uma oportunidade para ser uma estrela. Ao encontrar uma lenda (Cher), a estrela dela tem mais chance de brilhar. Como já esperado, o filme é um entretenimento descompromissado de qualquer densidade e complexidade no argumento, além de estender o número de musicais junto com a duração da fita. Sem delongas, é um longa-metragem feito para curtir a trilha sonora e as coreografias que dão o tom humorístico do Burlesco, ver o retorno de Cher ao Cinema e o surgimento de uma nova atriz-cantora em Hollywood, Christina Aguilhera, que sustenta a atuação mais como cantora do que como atriz. O roteiro raso não dá muita oportunidade para Cher exercitar seus velhos tempos de atriz, porém basta a sua simpática presença para fazer valer a exibição. Os coadjuvantes conquistam, seja pelo charme e beleza (Eric Dane e Cam Gigandet), seja pelo senso de humor (Stanley Tucci e Alan Cumming). Além do encontro das cantoras, Burlesque se torna um deleite ao olhar para quem aprecia a sensualidade das pin-ups, trajadas com figurino vintage boudoir sexy, envolvidas pela deliciosa atmosfera do Burlesco, uma mistura bombasticamente sensual que a própria Christina Aguilera conhece de corpo e alma e que lhe é tão própria. Evidentemente, Burlesque foi feito sob medida para Christina Aguilera dado que ela é adepta desse estilo, é a protagonista da produção , é a artista emergente do Burlesque. Ter tal percepção é essencial para compreender o filme como um produto comercial e musical de Christina Aguilera. Desde a sua ascensão na cena pop, a cantora sempre foi reconhecida como uma charmosa pin-up moderna, que incorporou uma veia de dançarina de cabaret em Lady Marmalade, de Moulin Rouge, uma Dita Von Teese platinada dos palcos musicais. O Burlesque é dela, do estilo ao recinto.


Avaliação MaDame Lumière



Confira a canção vencedora do Globo de Ouro 2011
You haven't seen the last of me - CHER






Título original: Burlesque
Origem: EUA
Gênero: Musical
Duração: 119 min
Diretor: Steven Antin
Roteirista(s): Steven Antin
Elenco: Cher, Christina Aguilera, Stanley Tucci, Cam Gigandet, Alan Cumming, etc.

6 comentários:

  1. Achei os números musicais decepcionantes, mas depis pensei que o diretor não ousou demais tentando adaptar os números aos "espetaculos" que existem nessas casas noturnas sabe? Se bem que, a ideia de que ele não conseguiu mesmo fazer algo melhor soa ser a mais plausível.

    Enfim, o filme éda Aguileira, fiquei chateado pelo fato da Cher não ter tanto destaque como merecia,ela seria mais agradável né? Mesmo que "You haven't seen the last of me" seja completamente inútil é a melhor interpretada e contém a melhor letra.

    É, "Burlesque" é apenas uma diversão... Sessão da Tarde e essas coisas.

    []s

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  2. É inevitável ver no roteiro um dos principais problemas do filme. Porque musicais costumam usar de clichês, mas aqui a trama é rasa demais, envolvente de menos. Se compensasse nos números musicais, certamente seria melhor, mas tampouco eles são interessantes (há um ou outro divertido, mas só). As letras são tão vazias quanto o texto é apático. Os figurinos são bem criativos, e alguns momentos em que a fotografia não exagera são belos. Mas, como escrevi no meu texto sobre a obra, é um filme que chega a causar indiferença. Dou a mesma nota, 4/10 ou 2/5.

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  3. O grande problema de "Burlesque" é a falta de identidade dele. Além de ser uma grande reunião de clichês, oferece uma série de cenas cópias de outros musicais recentes...

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  4. Oi Alan,
    Eu me diverti com Burlesque. Acho que as coreografias poderiam ser menos caricaturais e mais intensas, mais convicentes no sentimento Burlesco, porém, como eu adoro a estética Burlesque, eu curti o filme mesmo em sua fragilidade e muitas deficiências.
    Só lamento que Cher fez um papel bem pequeno. Poderiam ter melhorado esse roteiro , dado uma dimensão mais audaz ao personagem.
    Bjs

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  5. Oi Mateus,
    Eu concordo que o figurino é uma das qualidades do filme. Eles quiseram unir ao roteiro a ascensão de uma estrela, o romance dela, a possível perda do Burlesque e , no fim, não se aprofundou em nada, porém, como disse, é um entretenimento musical. Gosto da Aguilera, gosto do tipo de moda do figurino, então para mim, o filme foi um bom passatempo.
    Abs

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  6. Oi Kamila,
    Os clichês eram esperados. Pensei que , pelo menos, caprichariam um pouco mais no enredo, porém não foi desta vez.


    Como todo marketing cinematográfico, unir 2 estrelas que são populares nesse universo mais liberal foi a jogada, mas o filme é caretinha.

    Abs

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