Por Cristiane Costa, Editora e crítica de Cinema MaDame Lumière e Especialista em Comunicação
Viajar é muito bom. A maioria concorda. Percorrer uma jornada, sem qualquer preocupação, seja sozinho(a) ou acompanhado(o) é um daqueles deleites que, uma vez ou outra, temos que dar a nós mesmos. É sobre liberdade, autoconhecimento e conhecer pessoas, lugares. É sobre seguir uma rota mais afetiva e menos cerebral. É sobre viver um sonho como se ele fosse projetado na tela ilusória do Cinema. Quanto menos planejada for a viagem, mais surpreendente ela pode ser. O novo filme de Eleanor Coppola, "Paris pode esperar" (Paris can wait/ Bon jour Anne), seu trabalho de estreia, segue essa deliciosa tônica de um road movie pelas estradinhas que ligam Cannes a Paris. A companhia não poderia ser melhor: Diane Lane e Arnaud Viard.
"Ellie mostrou um “excepcional senso de confiança – confiança em si mesmo antes de tudo, e então confiança nos outros para interpretar e expressar sua visão. Fiquei encantada de ser parte desse projeto cinematográfico" (Diane Lane)
Na história, escrita por Eleanor, Anne (Diane Lane) é uma esposa dedicada, apoiadora constante de Michael (Alec Baldwin), seu marido e um ocupado produtor de cinema. Após anos de convivência, ela dá sinais de incômodo pela ausência dele, mas o casamento se preserva. À convite de Jacques (Arnaud Viard), sócio do Michael, Anne aceita viajar de carro, de Cannes a Paris. Aventura-se com esse charmoso francês, de gosto refinado e sorriso cativante.
O roteiro é baseado em um acontecimento real com a diretora. Em uma das suas viagens, ela se viu com uma gripe forte. Impossibilitada de viajar de avião, foi de carro à Paris com um amigo. Por ser uma historia de memórias, reais e inventadas, ela é libertadora e sedutora, o que permite ao espectador relaxar e imaginar o que quiser. Como resistir ao charme de uma viagem a dois pela França? O que aconteceu entre Eleanor e seu amigo? O que é verdade ou uma mentirinha graciosa nesse roteiro de inspiração biográfica? Tudo é possível e não há maldade alguma em imaginar coisas nesse clima de amizade e hesitante sedução entre os amigos.
É evidente que a diretora fez um filme para se divertir e não esconde seu entusiasmo. Ela passa uma verve cômica, de curtir os prazeres da vida como a gastronomia Francesa, o pernoite em um hotel bucólico, um piquenique à beira de um lago e todos os deleites de viajar ao lado de um francês divertido, amante da boa vida. A escolha dos atores foi bastante apropriada pois, além da química irresistível entre duas pessoas maduras, existe uma relação de respeito entre Anne e Jacques. Ela tem um estilo simples e refinado, que não usa sua beleza como arma de sedução, então, age natural e envolvente. Ele, já mais previsível, tem todos os vícios de um bon vivant, o que o torna bem cômico e atrativo.
O roteiro é baseado em um acontecimento real com a diretora. Em uma das suas viagens, ela se viu com uma gripe forte. Impossibilitada de viajar de avião, foi de carro à Paris com um amigo. Por ser uma historia de memórias, reais e inventadas, ela é libertadora e sedutora, o que permite ao espectador relaxar e imaginar o que quiser. Como resistir ao charme de uma viagem a dois pela França? O que aconteceu entre Eleanor e seu amigo? O que é verdade ou uma mentirinha graciosa nesse roteiro de inspiração biográfica? Tudo é possível e não há maldade alguma em imaginar coisas nesse clima de amizade e hesitante sedução entre os amigos.
É evidente que a diretora fez um filme para se divertir e não esconde seu entusiasmo. Ela passa uma verve cômica, de curtir os prazeres da vida como a gastronomia Francesa, o pernoite em um hotel bucólico, um piquenique à beira de um lago e todos os deleites de viajar ao lado de um francês divertido, amante da boa vida. A escolha dos atores foi bastante apropriada pois, além da química irresistível entre duas pessoas maduras, existe uma relação de respeito entre Anne e Jacques. Ela tem um estilo simples e refinado, que não usa sua beleza como arma de sedução, então, age natural e envolvente. Ele, já mais previsível, tem todos os vícios de um bon vivant, o que o torna bem cômico e atrativo.
"Paris pode esperar" é bem solar por essas razões: a natural beleza, crível e espontânea atuação de Diane Lane, o vigor cômico e charme de Arnaud Viard e as pitorescas paisagens francesas. Essa combinação acaba superando a inexperiência de Coppola na direção, principalmente em planos e enquadramentos que ela não faz nenhuma cerimônia em deixá-los mais amadores, filmados de forma despojada. Grande parte de suas cenas encanta mais pela conexão entre os atores, um tanto tímidos, um tanto abertos à experiência e, também, pela coragem de Eleanor que não estava preocupada em seguir uma gramática fílmica cirúrgica como a de seu marido e filhos. Ela fez bem. Preservou sua autenticidade. O resultado é um convite à uma viagem à França sem precisar voar.
Desde "Sob o sol de Toscana", Diane Lane é uma atriz encantadora para comédias que libertam essa radiante energia de viver. Sua maturidade a deixa cada vez mais bela e carismática. Embora sua personagem tenha demonstrado alguns desconfortos, tipicamente convencionais, quando uma mulher está viajando com o amigo do esposo e fica preocupada com a excentricidade de um sedutor francês; pouco a pouco, ela libera essa beleza que está além do aspecto físico, ela desabrocha a beleza do viver uma viagem como uma inesquecível aventura.
Sob essa perspectiva, essa comédia torna-se um entretenimento agradabilíssimo, mas também, o melhor benefício dessa experiência cinematográfica é que, tanto ela quanto Viard desempenham os papeis de dois solitários, cada um à sua maneira, que servem de companhia um para o outro. Ao analisar o filme com essa dimensão mais afetuosa, de amizade e companheirismo, quando a viaja acaba, o maior desejo é dizer: "viajem mais um pouco, Anne e Jacques, pois Paris pode esperar".
Sob essa perspectiva, essa comédia torna-se um entretenimento agradabilíssimo, mas também, o melhor benefício dessa experiência cinematográfica é que, tanto ela quanto Viard desempenham os papeis de dois solitários, cada um à sua maneira, que servem de companhia um para o outro. Ao analisar o filme com essa dimensão mais afetuosa, de amizade e companheirismo, quando a viaja acaba, o maior desejo é dizer: "viajem mais um pouco, Anne e Jacques, pois Paris pode esperar".
Ficha técnica do filme Imdb Paris pode esperar
Fotos , uma cortesia California filmes
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Cristiane Costa, MaDame Lumière