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Jimmy Riviere, do realizador Francês Teddy Lussi-Modeste, faz parte da gama de longas de novos diretores. O cineasta buscou inspiração em su...

Mostra SP 2011: Jimmy Rivière



Jimmy Riviere, do realizador Francês Teddy Lussi-Modeste, faz parte da gama de longas de novos diretores. O cineasta buscou inspiração em suas origens ciganas e, no roteiro elaborado com Rebecca Zlowtowkski, criou um protagonista também cigano. O longa relata a história de um jovem em crise com suas próprias escolhas, lutando contra os desejos carnais e suas crenças espirituais. Jimmy Rivière(Guillaume Gouix) tem uma personalidade bastante passional e impulsiva, com passado movido a sexo, brigas e bebedeiras e um histórico de ter sido abandonado pelo pai. Para Jimmy, há 2 paixões: o boxe tailandês, sob a influência de sua treinadora Gina (Beatrice Dalle), e sua namorada, Sônia (Hafsia Herzi) com a qual ele aflora e coloca em prática seus intensos desejos sexuais. Ao conviver com sua comunidade local, que vive em trailers como nômades modernos e seguem uma religião cristã Pentecostal, ele é percebido como um potencial líder carismático, principalmente pelo pastor. Acaba se convertendo à religião e daí, começa a batalha espiritual. A dicotomia carne x espírito, que é inerente a muitas pessoas, será a sua principal luta, inclusive mais dolorosa do que levar uma porrada no ringue.

Jimmy Rivière tem boas intenções como Cinema Francês : boa fotografia e uma problemática que é comum ao ser humano: a dúvida entre as paixões terrenas e a vida mais sagrada, dúvida que atormenta e que pode trazer uma libertação ou simplesmente um aprisionamento; mas como diz o clichê, de boas intenções o inferno também está cheio, o roteiro é fraco, repetitivo e não evolui a narrativa para desenvolver bem o personagem. Jimmy é um jovem imaturo até para lidar consigo próprio e o roteiro não dá conta de torná-lo mais interessante, o que o empobrece como protagonista. Entre uma transa e outra com Sônia, uma ida os treinos de boxe, escondido, e algumas mentirinhas, Jimmy não aprofunda o drama existencial de seu dilema. O filme perde a chance de mostrar, com mais afinco e realismo, as desastrosas consequências emocionais de realizar algumas renúncias sem estar comprometido com uma conversão religiosa e uma esperada mudança de estilo de vida. Por outro lado, para não detonar totalmente o longa, pode-se reconhecê-lo pelo benefício de trazer à tona uma polarizante reflexão: a luta entre o carnal e o espiritual. Além do mais, abrir o diálogo para uma questão controversa: as pessoas se convertem a Deus ou aos dogmas impostos por homens? Certamente, cobranças sociais e julgamentos de toda especie serão feitos após uma conversão, e os olhos humanos atuam mais como juízes do que os de uma entidade espiritual superior, infelizmente.

Avaliação MaDame na Mostra

2 estrelas


2 comentários:

  1. uma pena que o filme deixe a desejar. tem uma premissa bacana, mesmo que soe bastante clichê. enfim, não fiquei afim de conferir não...

    beijos.

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  2. Puxa, que pena que o filme acaba não correspondendo às expectativas.

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