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  #CinemaBrasileiro #Drama #Saúdemental #Depressão #adolescência #Juventudes Um lançamento da Gullane+ Por  Cristiane Costa ,  Editora e blo...

Meu Casulo de Drywall (My Drywall Cocoon, 2023)

 





#CinemaBrasileiro #Drama #Saúdemental #Depressão #adolescência #Juventudes

Um lançamento da Gullane+



Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
 



Há filmes que geram mal estar por abordarem temas que são caros à sociedade e normalmente difíceis de compreender ao gerar o luto e a dor. Quando eles narram histórias de jovens que perdem suas próprias vidas, entram em um lugar muito precioso que diz respeito à reflexão e ao debate sobre a saúde mental e a prevenção ao suicídio.






"Essa é minha obra mais autoral, na qual tive a oportunidade de mergulhar nas minhas dores da adolescência e compreender como essas mesmas dores ressoam nos jovens de hoje" (Cineasta Caroline Fioratti, sobre seu terceiro longa)




Dentro desta perspectiva, a diretora Brasileira Caroline Fioratti realiza em Meu Casulo de Drywall, um trabalho interessante que percorre a temática do adoecimento moderno dos jovens em uma cinematografia que mescla elementos do horror e do drama. É um trabalho audacioso que tem uma tônica de experimentação e introspecção; assim que nem todos os diálogos são óbvios e compreensíveis, deixando ao público o benefício de tentar entender o que estes adolescentes dizem, como se sentem e se comportam. 



Protagonizado pela estreante Bella Piero como Virginia, o longa discorre sobre a tragédia ocorrida no aniversário de 17 anos da adolescente, logo o público é imediatamente inserido no drama fatal: O que terá acontecido com Virginia? Por que está tão depressiva em sua festa? Por que sua pele está tão machucada? Além da jovem atriz, o elenco traz a veterana Maria Luisa Mendonça, como sua mãe, Caco Ciocler como seu pai,  e outros jovens interpretados por Michel Joelsas, Daniel Botelho e Mari Oliveira







De fato, compreender os jovens é um dos maiores desafios contemporâneos. Como compreender as angústias das juventudes? Como ajudá-los? É possível superar estes diálogos entre gerações e intergeracional? O filme explora diversas emoções, do desespero à culpa dos jovens e adultos em cena,  e permite que o espectador perceba que nem todas as respostas estão ali mas que essa é uma realidade e responsabilidade coletiva. 



Por meio das cenas com pais autoritários, mães sofridas, amigos em fuga, todos, em maior ou menor grau, estão desprovidos de qualquer compreensão e parecem igualmente perdidos em suas existências; de certa forma, essas são incógnitas comuns no cotidiano que talvez nunca sejam respondidas na sua totalidade. Entretanto, cabe um ponto prioritário de atenção: saúde mental é vital em qualquer idade! Jamais um jovem será curado em um lar doente ou ao lado de adultos adoecidos e/ou negligentes.








Muito mais do que um drama de condomínio, cenário de "casulo" que tem sido habitual em algumas produções audiovisuais Brasileiras, além de ambiente de uma vida cada vez mais enclausurada para jovens e crianças mais abastadas, Meu Casulo de Drywall tem seu teor autoral ao trabalhar com elementos estéticos que saem do lugar comum no Cinema Nacional, uma escolha diferenciada da cineasta, criando uma atmosfera de suspense e horror com dramas pessoais e introspectivos. Não é um filme palatável como a própria complexidade temática que o permeia, mas que pode ser explorado como meio realista de mediação e amadurecimento.



É importante frisar que, furar a bolha dos lugares e privilégios sociais não é uma tarefa fácil, assim como tem sido difícil lidar com as várias bolhas sociais cujas pessoas presentes nelas estão cada vez mais entorpecidas sem o senso coletivo da humanização. Neste sentido, o filme vem a oferecer um momento cinematográfico para refletirmos sobre o rompimento destas barreiras para jovens e adultos.









Crédito de fotos para produção, gentilmente cedidas pela assessoria Sinny para divulgação da crítica do filme.



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