Por Cristiane Costa, Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
Jason Momoa, ator que ganhou popularidade nos papéis de Khal Drogo (Série Game of Thrones) e Aquaman ( Liga da Justiça) protagoniza "Braven", filme de ação canadense dirigido por Lin Oeding e traduzido no Brasil como "Perigo na Montanha". Na história, ele é Joe Braven, casado e pai de uma menina, dono de uma madeireira e morador nas áreas isoladas e montanhosas do Canadá. Joe também atravessa um momento delicado, cuidando do pai que começa a apresentar uma demência mais severa.
Vivendo em um local tão isolado e com um negócio que envolve transportes de madeiras, Joe tem o azar de entrar na mira dos traficantes da região, drama que o leva a proteger a família a qualquer custo, assim, a história é de um homem trabalhador e comum que, de uma hora para outra, apresenta suas habilidades físicas, de combate para proteger o lar.
Trata-se de um roteiro bem aquém em termos de conflito, indicando que o filme vale mais a pena pela oportunidade de ver Jason Momoa em ação do que propriamente se envolver emocionamente com a história. Nos créditos iniciais com duração mais extensa, a gélida região é apresentada como um personagem, o local silencioso e entendiante onde a perseguição e luta pela sobrevivência será palco para uma família que estava em paz. Neste ponto, é interessante perceber que, mesmo em lugares aparentemente tranquilos, famílias entram em uma fria.
O problema maior do longa é subaproveitar o conflito, realizando sequências que não têm qualquer preocupação com a qualidade narrativa em elaborar melhor os conflitos entre o protagonista e o vilão, em preparar o terreno para um clímax. Aliás, o vilão Kassen (Garret Dillahunt) é medíocre por ser caracterizado como um apenas homem brutal pela brutalidade e dinheiro, sem qualquer estratégia ou conteúdo psicológico a somar à história. Desta forma, o filme entra nos eixos apenas nos últimos quarenta minutos quando, efetivamente, a ação explora os ambientes desta região.

Apesar de não ser um ação completa, envolvente e bem dirigida, um aspecto favorável destes minutos finais é aproveitar o pouco tempo de duração que restou para o melhor da ação. Embora inexperiente na direção de longa metragem, Oeding tentou explorar o tempo e espaços ao máximo, o que foi bem desafiador considerando que a região em si é tão mais do mesmo, apenas com montanhas, uma estrada, uma cabana. Em várias cenas, bastante previsíveis, não há tanta tensão e variedade na ação, o que acaba mantendo o longa como mediano no resultado final.
Outro fato curioso e não convencional é Joe Braven ser ajudado pelo próprio pai que se mostrou um exímio atirador. Então, vem a seguinte indagação para qualquer espectador mais atento: como um homem debilitado e com crises instáveis de demência consegue se dedicar tantos minutos a atirar nos caras maus? Ficção ao extremo e roteiro raso explicam. Sem a presença do pai na ação, Joe Braven ficaria muito solitário também.
Deficiências no roteiro e direção à parte, Perigo na Montanha é um entretenimento regular para quem gosta de Jason Momoa, ação e não espera um grande filme como retorno. Sobre a atuação do ator, ele cumpre um papel dentro que lhe foi exigido, equilibrando a agressividade do protagonista com a bondade e proteção da paternidade.
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