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  #Scifi #Horror #Suspense #IA #robôs #streaming Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de Cinema, e specialista em Comunicação...

Alice (Subservience, 2024)




 #Scifi #Horror #Suspense #IA #robôs #streaming


Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação

 



Megan Fox está de volta no mais novo horror de ficção científica, Alice (Subservience, 2024), no qual ela encarna uma robô adquirida por Nick (Michele Morrone), um pai de família que vivencia um momento delicado ao ter sua esposa Maggie (Madeline Zima) hospitalizada por grave condição cardíaca. Com duas crianças pequenas e sob pressão no trabalho, Nick decide contar com os serviços dessa inteligência artificial para cuidar dos filhos e da casa. O que ele não esperava é que, por trás de toda tecnologia e praticidade de uma IA, Alice é um robô que passa a ter comportamentos humanos perigosos. Pouco a pouco, o desejo dela é se apropriar do papel de dona da família.









O universo da ficção científica é um terreno fértil para a exploração dos dilemas morais do uso da inteligência artificial. Esse filme traz uma ideia interessante sobre a condição de humanização dos robôs, incluindo seus potenciais danos. Não é a primeira vez que o Cinema utiliza a premissa do desenvolvimento da consciência e do desejo das IAs em ter uma vida humana, com relacionamentos e emoções ou, em certo ponto, explorar nuances e fronteiras da intrigante relação entre robôs e humanos. Filmes como HER, Ex-Machina e Blade Runner já incorporaram essa tensão, o que acabam por ser excelentes narrativas.





Em Alice, Megan Fox representa uma personagem atraente, não apenas fisicamente dentro de um padrão de robô que foi desenhada para ser impecável, mas ela é absurdamente obediente ao seu usuário principal (Nick) em grande parte do filme. Seu papel é protegê-lo e cuidar de sua família, o que implica aplicar protocolos de análise das reações humanas, dessa maneira, Nick está constantemente sendo observado, o que gera uma relação obsessiva. Além disso, o acréscimo de uma camada de doença familiar, com a ausência de Maggie, e a outra com uma robô servil, bonita e sedutora transforma a vida dele em um contexto de vulnerabilidades e tentações.









Ainda que o filme não aprofunde o uso da IA em robôs semelhantes a humanos e Megan Fox atue de forma mais operacionalmente eficiente do que adicionar boas camadas de criação de consciência e sentimentos, o filme vale a diversão pelo desejo e obsessão de Alice. O diretor S.K. Dale se apoia na beleza dos protagonistas e investe em algumas cenas de sexo, o que mostra superficialidade para desenvolver essa narrativa no potencial que ela tem. Outro aspecto é que a relação de robô e humano  é permeada pelo comando e controle, assim, Nick é o centro da ação de Alice o que a faz perder a civilidade ao perder o controle. Durante a experiência com o filme, Alice é como aqueles suspenses passionais que atraem os curiosos em plataformas de streamings.









Diferente de outros filmes sobre IA que despertam compaixão com relação à limitação "humana" dos robôs, em Alice não é possível sentir pena de Alice. Desde o início ela é estranha e não se conecta com essa família de forma harmoniosa e verdadeira. Tudo passa por seu controle sob Nick disfarçado de subserviência até que culmine em quebras de fronteiras morais, levando a violência e opressão. A aproximação com o subgênero de sci fi horror traz um robô que se volta contra o ser humano, representando perigo e morte. 




Megan Fox está ótima, apesar das limitações da história, dada sua personificação como uma verdadeira combinação de robô sedutora e boneca assassina. Suas  feições enigmáticas e frias demonstram que, em algum momento, ela é capaz de perder a racionalidade e ceder à violência. Essa demonização dos robôs é uma escolha de roteiro que reforça mais o aspecto do horror do que da sci fi, dessa forma, a família de Nick prova dos benefícios e malefícios de ter conhecido Alice. 




Seria um robô um perigo à humanidade? Talvez! Só não podemos nos esquecer de que cabe ao ser humano decidir como usar a IA e os limites dessa relação e, na maioria das vezes, o perigo está na natureza humana em fazer escolhas danosas.







Fotos: Divulgação

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  #Exorcismo  #Horror #Terrorsobrenatural #streaming Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de Cinema, e specialista em Comunic...

O Exorcista do Papa (The Pope's Exorcist, 2023)

 




#Exorcismo  #Horror #Terrorsobrenatural #streaming


Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação

 


Uma das potentes vias do terror no Cinema é o exorcismo que, baseado no sobrenatural e ação contra o mal, mais precisamente no combate à possessão por demônios, ganhou fãs desde o clássico O Exorcista (The Exorcist, 1973) dirigido por William Friedkin. Se por um lado, o tema desperta a curiosidade e a recepção, transitando entre a crença e a incredulidade de muitos, por outro lado, o subgênero apresenta desafios muito inerentes à sua característica, os chamados clichês do gênero. Aqui eles não deixam de marcar presença por meio de corpos possuídos por feições endemoniadas, vozes estranhas e em movimentos perturbadores.








O Exorcista do Papa (The Pope's Exorcist, 2023) cai naturalmente nesses clichês e, mesmo com a presença do querido Russell Crowe, a expulsão de demônios se esgota no esforço dos efeitos visuais. A diferença é que, tendo como base que foi inspirado nos relatos do exorcista chefe do Vaticano, Padre Gabriele Amorth, falecido em 2016, o longa-metragem merecia um melhor desenvolvimento, inclusive na narrativa, curiosidades  e experiências da vida pregressa do padre.




Na forma como o filme foi roteirizado, Russell Crowe faz o papel de Amorth, um sobrenome bem sugerido, por coincidência ou não, já que lembra sonoramente "A Morte". Como toda função de um exorcista, o Padre é homem de confiança do maior bispo existente na Igreja Católica, o Papa. À serviço de Roma e da Igreja, o compromisso de Gabriele Amorth é genuinamente dar consciência de que o mal existe e deve ser combatido como exercício contínuo da fé.







Com fundamento nesse forte compromisso, ainda que seja apenas um filme, teoricamente haveria matéria de trabalho, ou seja, muito conteúdo a ser explorado considerando que Amorth era conhecido por ter realizado mais de 100 mil exorcismos; entretanto, o roteiro se reserva ao padre expulsar o demônio mais poderoso que se apoderou do corpo de um garoto. Em determinado avanço da narrativa, o espectador descobre o porquê esse demônio representa um mal ocultado pela igreja católica e, é exatamente nesse momento que o filme confirma que a escolha dos roteiristas foi ser breve e superficial.




Tirando mais a lupa e olhando a entrega global do filme, não é uma má experiência, apenas um entretenimento rápido que contou com bom uso visual  dos clichês. Como Amorth escreveu vários livros, entre eles, "Um exorcista conta-nos" e "Novos relatos de um exorcista", que serviram como inspiração para o longa, nota-se uma perda de oportunidade de aprofundar a sabedoria de Amorth no desenvolvimento narrativo. Tal constatação também faz refletir se houve algum impeditivo do Vaticano e/ou da família do padre, respectivamente, de natureza política e emocional, que possa ter interferido na adaptação do filme. 









Russell Crowe não teve muito o que fazer a não ser agir profissionalmente com as ferramentas que lhe foram dadas. Ele é divertido com momentos mais leves como andar com sua Vespa pela bela Itália, beber seu whisky escondido na batina e fazer piadas jocosas como o tio do churrasco. Vê-lo em um papel de exorcista mostra que ele tem a versatilidade para ser um padre e um gladiador e é uma presença bem vida aos cinéfilos.



Ao fim, se há algum aprendizado na história, podemos afirmar que o maligno não está apenas nas dimensões do sobrenatural, mas ele jaz aqui mesmo na terra, na natureza humana e seu dia a dia. Nesse sentido, qualquer filme sobre exorcismo não deve ser subestimado em sua mensagem. Muito além dos sustos e seus previsíveis clichês, filmes de exorcismo nos fazem lembrar que, de fato, o mal existe. Cada um de nós pode combatê-lo pois temos o livre arbítrio de escolher e cultivar o bem. 








Imagens : uma cortesia Sony pictures para divulgação de filmes em veículos de comunicação.






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Cristiane Costa, MaDame Lumière

  #Serialkiller  #Suspense #Horrorpsicológico #streaming Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de Cinema, e specialista em Com...

Armadilha (Trap, 2024)


 



#Serialkiller  #Suspense #Horrorpsicológico #streaming


Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação

 


O consagrado produtor, cineasta e roteirista  M. Night Shyamalan,  famoso por sucessos como O Sexto Sentido (1999), Corpo Fechado (2000) e Fragmentado (2016) chegou a um ponto na carreira no qual tem total autonomia para investir em seus projetos como diretor executivo e realizador, além de definir quais ideias e inspirações utiliza, assumindo potenciais riscos. É o que acontece em Armadilha (Trap, 2024), suspense inspirado na Operação Flagship em Washington D.C (1985) onde policiais executaram uma estratégia para prender mais de 100 fugitivos por meio de um evento esportivo no qual foram concedidos ingressos gratuitos.








Em seu novo longa-metragem de custo estimado em USD 30 milhões, Shyamalan escreve um roteiro bastante linear, reunindo o útil ao agradável. Traz o experiente ator Josh Hartnett, como o protagonista Cooper, um bombeiro e pai que leva sua filha Riley (Ariel Donoghue) ao show de Lady Raven (Saleka Shyamalan, filha do diretor). A narrativa é estruturada de tal forma que coloca em evidência a filha dele como uma pop star enaltecida por milhares  de adolescentes e, como dinâmica central, a polícia arma uma "armadilha" para caçar o serial killer Açougueiro durante o show.








Apesar da ideia inusitada, a premissa de reunir um ídolo pop e um serial killer em uma mesma ambiência é muito interessante porque a estranheza habita nesses tipos de situações e pessoas. Logo no início, há um anticlímax que prevalece em grande parte do longa, exatamente porque estamos diante de gente esquisita que não combina com o lugar. São diferentes tipos de "loucura" a serem observadas em cena. A primeira, com a idolatria de jovens diante de uma figura pública que sequer sabe que elas efetivamente existem e, ao olhar Lady Raven, não há muitos atrativos do porquê ela é tão endeusada. A segunda, diz respeito a Cooper que é um pai que tenta agradar a filha, mas sua imagem é de total desconforto, passando um comportamento forçado e artificial.




Com essas duas pontas, como atores, a dinâmica é lenta e o diretor usa de vários artifícios para estender ao máximo a duração da narrativa. Sua filha performa no palco em grande parte da historia como se tivesse realizando um sonho adolescente, e apenas mais adiante, é incluída como uma peça-chave para os desdobramentos de captura do serial killer. Por outro lado, Josh Hartnett demonstra que sua experiência carrega o filme nas costas. Ele está bizarro vestindo perfeitamente a roupa do pai de família que, ao olhos da sociedade parece um inofensivo homem, porém é insano de uma forma simples, organizada e sofisticada. No mais, o ator traz a figura do serial killer que tem um humor medonho, o que coopera para sustentar esse ambiente sinistro bastante comum nos filmes de M. Night Shyamalan.








Onde o filme se perde? Sem dúvidas, no roteiro. Se não fosse a presença de um excelente ator como Josh Hartnett, que está acostumado a roteiros mais independentes, o filme seria um desastre. A narrativa deixa uma lacuna imensa que impossibilita um melhor aprofundamento do personagem e dos desdobramentos, dessa forma, as transições são abruptas,  o desenvolvimento é mínimo e o realismo é articulado pela experiência de Josh e sua capacidade de dar uma personalidade peculiar a um assassino em série. Shyamalan perdeu a oportunidade de explorar personagens como Dr. Josephine (Hayley Mills) e Riley, além de sua própria filha, como atriz. Tal risco não é surpreendente pois o cineasta já tem oscilado entre filmes muito bons e regulares.




De maneira sucinta, Armadilha é válido para reforçar que nem sempre os homens educados e tradicionais são bons exemplos de conduta. A maioria dos narcisistas e sociopatas são homens que fingem ser um ótimo exemplo de sucesso, seja profissional e/ou familiar, porém ocultam uma face monstruosa por meio de suas ações destrutivas. Por isso, Rachel (Alison Pill), a esposa do Açougueiro, em sua curta participação, tem um papel importante ao ter observado o comportamento do marido. Na maioria das vezes, o inimigo é quem está ao lado, cumprindo habilmente o uso de diferentes máscaras sociais.







Fotos: Uma cortesia Warner Bros para divulgação de críticas de filmes.

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