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Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de Cinema, e specialista em Comunicação A parceria entre  o diret...

O Passageiro (The Commuter, 2018)







Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação




A parceria entre  o diretor Jaume Collet-Serra e o ator Liam Neeson tem longa data. Desde 2011, eles trabalham juntos em thrillers de ação, semelhantes à energia da franquia de "Busca Implacável", sequência que consagrou Neeson como um senhor em boa forma para investigar situações e ser letal contra inimigos. No total, realizaram 4 longas: Desconhecido (2011),  Sem Escalas (2014), Noite sem fim (2015) e o  recente O Passageiro (2018).



Ainda que não sejam filmes realmente expressivos, de fato, são eficientes.  Collet -Serra tem uma qualidade: ele sabe combinar ação, suspense e mistério, postergando ao máximo a revelação, moldando um clima de thriller que favorece a experiência com seus filmes, além do mais, orquestra um bom ritmo de ação e linha detetivesca com Liam Neeson. 



Cabe ressaltar que ele realizou duas produções baseadas em narrativa de suspense com elementos do horror como A órfã (2009) e Águas Rasas (2016), desse modo, apesar de ser um diretor bastante comercial, ele consegue oferecer um elemento de diferencial e estilo pessoal aos seus filmes. É claramente um exemplo de cineasta que pode fazer longas sob encomenda e previsíveis sem se arrastar na mediocridade.







Em O Passageiro, Liam Neeson é Michael MacCauley, um vendedor de seguros com uma carreira de muitos anos. Todos os dias, pega o trem e cumpre a sua rotina, até que em um mau dia, ele é abordado por uma mulher misteriosa (Vera Farmiga) . Após ele aceitar uma quantia de dinheiro, ela lhe dá uma missão: descobrir a identidade de um passageiro antes da última parada. Nesse espaço de tempo e local restritos, cheio de perigos e imprevisibilidades, MaCCauley está encurralado. Precisa lidar com a chantagem, pressão e  descobrir este mistério, assegurando a sua sobrevivência e de sua família.



Em um primordial aspecto, o Passageiro  é uma opção de entretenimento interessante pela presença da experiência e confiabilidade de Neeson. No auge dos seus 66 anos, o ator tem como qualidade transmitir carisma e confiança, mas também o jeito paterno e firme de que as coisas serão resolvidas no final e todos estarão seguros ou, pelo menos, o vilão será pego.



Neeson tem perigosas cenas de ação que, mesmo que sejam inverossímeis no plano real, demonstram que ele está na ativa com menos fôlego e já sentindo os efeitos do tempo. Esta escolha da execução faz todo o sentido pois o tempo passa e o espectador merece estar conectado com a realidade física do ator, mesmo no mundo da ficção. Nesse ponto, Neeson é realmente incrível e combina vigor com inteligência de maneira mais palpável.






Embora o filme tenha passagens  projetadas para forçar determinadas situações de perigo e suspense, uma mistura da ação de Missão Impossível com o mistério de thrillers como O Assassinato do Expresso Oriente, o longa é uma diversão eficiente. O roteiro tem a vantagem de determinar que, para cada tomada de decisão de MacCauley, há consequências que favorecem ou não a resolução e impactam as vidas de outras pessoas. Essa tensa sensação de que tudo pode acontecer no próximo passo e ninguém é 100% confiável é determinante para manter o interesse na história.



Estes longas que reduzem o espaço da atuação para um único lugar costumam ser um risco se mal executados. Quando acontecem em um trem, a trama de mistério e ação devem estar bem encaixadas. Em um Collet-Serra, a má execução não ocorre devido à sua parceria com Neeson ,mas também porque há movimentação em seus thrillers de ação e o benefício da ambiguidade para narrativas desta natureza. Ao contar com um elenco de coadjuvantes  que reúnem vários rostos sob suspeita,  a ação é dividida com eles de forma apoiar o intenso trabalho de um protagonista que tem que resolver o mistério.






Entre os filmes que realizaram juntos, sem dúvidas, O Passageiro é um dos melhores. É mais expressivo nos elementos internos e externos da conspiração terrorista que afetam o protagonista e os demais personagens, além de assegurar cenas de ação bastante divertidas com Neeson, um ator realmente versátil, competente e estimado.






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