Por Renato Alves
Jornalista, historiador e escritor de quatro contos independentes.
David Fincher sacudiu o gênero suspense com serial killer ao apresentar “Seven – Os Sete Pecados Capitais”. O público ficou
chocado nos cinemas e os críticos aplaudindo a ousadia e inteligência de um
roteiro tão bem construído, onde herói e vilão se dão bem e mal ao mesmo tempo.
A dificuldade da sétima arte é que não se cai uma “bomba nuclear
cinematográfica” dessa por ano nas salas de cinema. Raramente essas explosões
acontecem.
Quando Afonso Poyart apresentou “2 Coelhos” o cinema Brasileiro sentiu uma colisão, parcialmente
semelhante, ao trabalho de Fincher. Como o sucesso foi bem recebido era óbvio que o
diretor fosse convidado para realizar um trabalho internacional e “Presságios
de um Crime” é o suspense de estreia de Poyart no mercado americano.
O filme pode ser analisado por
duas perspectivas: a de quem esperava um novo “2 Coelhos” ou de quem sabia que
o cineasta brasileiro teria que se adaptar às restrições, ou
seja, nada de trabalho tão revolucionário.
“Presságios de um Crime” não é
“Seven - Os Sete Pecados Capitais”, ou seja, não será uma produção aplaudida de
pé pela maioria dos críticos ou um choque cinematográfico para o público em
geral. Isso, no entanto não quer dizer que o filme não mereça elogios e algumas
pontuadas críticas negativas.
Os aplausos e louvores vão para:
- Fotografia, em alguns momentos, na qual se mescla padrão e ousadia, natureza e pressão da selva de pedra;
- Anthony Hopkins faz um trabalho correto, mesmo não sendo espetacular;
- Trilha sonora tem bons momentos.
- Colin Farrell – ele entra e rouba o filme. No momento em que seu personagem surge na trama, a narrativa ganha alma, vida, um rosto do anjo. Seja a face angelical do bem ou do mal.
As decepções ficam com Jeffrey Dean
Morgan (‘Possessão’) e Abbie Cornish
(‘Sucker Punch’). Eles estão totalmente no automático e sem brilho, apesar do talento. Outro ponto
que poderia ter sido construído de forma mais eficiente é a edição. Falta ritmo
ao filme, porém esses deslizes não impedem que o suspense mereça uma visita.
“Presságios de um Crime” possui
roteiro de Peter Morgan
que não entra na lista de aplausos e gracejos por alguns clichês que deveriam
ser evitados: policial em busca de parceiro experiente que fugiu da vida social
por trauma pessoal, por exemplo. O filme possui dois ou três bons momentos de
humor, leveza. O final em
si também poderia ter tido mais coragem, ousadia. Se Fincher em seus pecados
capitais derrubou heróis e vilões a história de Morgan poderia ter tido uma
pitada desse atrevimento para nos apresentar. Ao não fazer atrevimentos a obra não
merece vaias, apenas perde a chance de ter feito mais impacto e um barulho
ensurdecedor.
Distribuição no Brasil por Diamond Filmes
Parece interessante, vamos ver.
ResponderExcluirParece interessante, vamos ver.
ResponderExcluirVi em dvd, genérico e recomendo. Boa surpresa. Daria nota 8.
ResponderExcluirMarcelo Lubieska
Anthony Hopkins é meu ídolo....amei o trabalho dele.
ResponderExcluirAssisti e gostei. Poderia ser mais impactante. Mas, é um bom sessão da tarde.
ResponderExcluirP. L. Rosendo