Rapidinhas no MaDame:
Porque o que importa é o prazer da Cinefilia
Sobre a história: Marley Corbett (Kate Hudson) é uma jovem, bonita e divertida publicitária que curte sua liberdade sexual e é avessa a compromissos amorosos. Quando descobre que tem uma doença fatal, conhece o Dr. Julian Goldstein (Gael García Bernal) e inicia tratamento médico, tendo uma mudança de vida.
Opinião Geral sobre o filme: A história é uma comédia romântica com um elemento muito dramático: o câncer em uma mulher cheia de alegria e energia para viver. Marley é uma mulher desapegada de relacionamentos amorosos e tem uma relação tensa com os pais, porém tem um grupo de amigos que cumpre o papel de família. A partir da descoberta de sua doença, ela nos leva a tratar o tema com leveza, porém ligeiramente comovidos com o fato dela ser tão jovem e somente descobrir o verdadeiro amor em um momento tão delicado e vulnerável de sua vida, na qual não há esperança de cura. A ideia geral de Pronta para amar é que o paraíso afetivo pode acontecer quando já não temos tempo de desfrutá-lo e temos que continuar a viver até que nos falte o ar, ainda que viver seja aceitar a doença e a morte. De fato, o filme tem razão e deve ser valorizado sob essa perspectiva. Marley só aprende a amar um homem e perdoar aos pais quando a doença não tem reversão. Talvez se ela não tivesse a doença, ela continuaria vivendo a vida adoidado, sem qualquer apego a um homem ou à família. Nunca é sabido quando partiremos e, é bem provável que, no leito de morte, questões que não tinham nenhum valor começam a tê-lo. O longa não é tão ruim e nos faz refletir que a vida é curta e que devemos lidar de uma forma mais leve com a morte, mas o roteiro e a direção são bem deficientes e abre espaço para questionamentos: Essa história é verossímil? Verdadeiramente, há um fundo de faz de conta nela. Até Deus surge, na figura de Whoopi Goldberg, para conceder os 3 últimos desejos à paciente, mas a inverossimilhança não está nisso, está na falta de um roteiro verdadeiramente humanizado. Muitas das falhas do filme é que ele não é tão convincente: a maneira racional e passiva como Marley reage à doença, a forma como o romance entre ela e Julian se desenvolve são exemplos de que a doença é uma pseudoprotagonista que não exerce o seu papel principal. Há até momentos que é questionável se existe amor no casal pois parece um romance ensaiado e com data de validade. Só é possível ver o humanismo da questão com personagens como a amiga grávida Renèe (Rosemarie DeWitt) e a mãe de Marley (Kathy Bates) que garantem algumas cenas marcantes. Os demais inclinam muito à um estado de negação total, que é incompatível com a gravidade de uma doença como o câncer. Sinceramente? Deveria haver mais verdade humana nesse roteiro. Embora trate de um tema sensível, Pronta para amar perde na própria sensibilidade do tema. Ela tem câncer como quem tem uma gripe e nisto reside o risco do filme tratar o tema somente como o "encare a própria morte e, enquanto estiver respirando, viva o amor e aceite a doença".
O prazer: Kate Hudson é muito carismática para esse tipo de gênero. Seu sorriso ilumina a tela e a gente acaba perdoando sua mediana e repetitiva atuação em comédias românticas. A participação de Kathy Bates como Beverly, sua mãe e de Whoopi Goldberg como Deus são bem vindas na telinha.
O desprazer: Roteiro e direção não ajudam na qualidade do filme e, a atuação de Gael Garcia Bernal é precária, transmitindo a sensação de que ele não se sentiu bem nesse tipo de filme. Apesar de sua bela presença ser um colírio, ele merece fazer longas melhores e mais aderentes ao seu talento.
Por que vale a rapidinha? Faz a gente encarar a ideia de morte e de doença de uma forma mais otimista e redentora.
Rendimento:
Tenho o filme aqui, mas nunca me sentei para assistir. Parece apenas mais um daqueles romances enlatados que são lançados aos montes anualmente. Mas talvez eu esteja errado.
ResponderExcluirhttp://avozdocinefilo.blogspot.com.br/
O filme realmente tem muitas falhas... É fraco e não é sensível como deveria. Esquecível até dizer chega!
ResponderExcluirEu já imaginava que o filme não seria muito bom, só pelo fato de Kate Hudson não fazer um bom filme desde Quase Famosos.
ResponderExcluirVisite também:
http://peliculacriativa.blogspot.com.br
De uma certa forma, a trama desse filme é muito injusta. A personagem principal está no auge da vida quando é confrontada com a doença. Como eu sou uma boba para esse tipo de filme, acabei me emocionando muito com a história, mas a verdade é que o longa é mesmo muito irregular.
ResponderExcluirAchei este filme um horror. Fiquei até irritado na época. Concordo: a personagem trata tudo com muita racionalidade. O roteiro não consegue equilibrar o humor e o drama e acaba se perdendo. E o final, supostamente edificante, só causa vergonha alheia.
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