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Por Cristiane Costa Depois de Amor e Ódio (2010), Rose Bosch realiza nova colaboração com Jean Reno em  Meu Verão na ...

Cine Família: Meu Verão na Provença (Avis de Mistral - 2014), de Rose Bosch




Por Cristiane Costa



Depois de Amor e Ódio (2010), Rose Bosch realiza nova colaboração com Jean Reno em  Meu Verão na Provença (Avis de Mistral), uma comédia dramática sobre segunda chance, perdão e reconciliação familiar. Com uma atmosfera solar, ambientado em região provinciana da França, o longa  apresenta um elenco de diferentes gerações que resulta em uma boa conjunção de personagens para a agradabilidade da história.



Paul (Jean Reno) vive na Provença com sua esposa Irène (Ana Galiena). Dedicado à plantação de oliveiras e à labuta no campo, Paul costuma ser um homem turrão, assim como guarda uma mágoa e uma perda familiares que contribuíram para seu comportamento fechado. Quando seus netos Léa (Chloé Jouannet), Adrien ( Hugo Dessioux) e Théo (Lukas Pelissier) chegam à sua casa para passar férias, os conflitos surgem e a oportunidade de conhecê-los.





Meu Verão na Provença não inova no roteiro e nem na direção, embora apresente uma bela história e tem como brilho estelar o veterano  Jean Reno. A experiência com o longa é como receber uma visita deste carismático ator que agrega valor a qualquer projeto. Seu personagem  Paul possibilita reviver a nostalgia de vê-lo na Tela Grande com seus olhos  marcantes e dóceis e atitude protetora que tanto cativaram cinéfilos em "Léon, o profissional". Agora, ele é  um avô que precisa tirar a casca dura para conquistar os netos. Jean Reno realiza uma atuação minimalista, com tiradas cômicas e transita no personagem com um estilo rústico e autoritário que, aos poucos, mostra novas e boas nuances comportamentais que engrandecem o seu papel . Embora o roteiro o limite em todo o seu potencial de interpretação, o ator é a razão de ser do filme. Como exemplo, suas cenas com o gracioso e belo ator mirim Lukas Pelissier são adoráveis e carregam a poesia do relacionamento entre netos pequenos e avós.


Sempre é positivo pensar em como o Cinema é um campo fértil para conhecer variadas narrativas sobre família e seus problemas de relacionamentos. O Cinema ajuda a observar a tolerância com o outro e como um "livro não pode ser julgado pela capa", que o amor tira as correntes da prisão egoica e cura mágoas, que é possível ser otimista ao final da sessão e pensar em superar as crises familiares. Meu Verão na Provença é uma história que cativa pela chance de dar-se uma segunda chance. Tudo isso em uma cenografia bucólica que torna a atmosfera mais suave, solar, inspiradora.





O Cinema Francês apresenta boas histórias nas quais as pessoas saem de Paris e vão para o interior para encontrar a si mesmas ou, quem vive em regiões como a Provença, aprende a reconhecer o valor de seu estilo de vida e das conquistas no campo. No roteiro , também elaborado por Rose Bosch,   ela não esquece de referenciar a estes elementos na composição da narrativa. Ela  acerta em prover a uma geração mais jovem o convívio com os avós e com o campo, em trazer ao público a França que não é apenas o cartão postal da glamourosa Paris e as paisagens com lavandas que aparecem em propagandas de perfumes e folhetos de viagens. A França campesina  tem suas festas e tradições pictóricas, uma França mais simples nas quais os valores familiares são resgatados. Assim, a jovem geração tem a oportunidade de desvincular-se da loucura da metrópole e das implicâncias imaturas para ter contato com outras experiências geracionais e locais. Neste aspecto, este é um belo filme, revigorante como uma paisagem ensolarada de um verão inesquecível.







Ficha técnica do filme ImDB Meu Verão na Provença
Distribuição: Pandora Filmes

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