Por Cristiane Costa
Quentin (Nat Wolff) e Margo (Cara Delevingne) são vizinhos e amigos desde a infância. Quando chega a época do colegial, eles não tem mais a mesma amizade próxima. Quentin ainda cultiva o mesmo amor platônico por ela, por mais que tente esquecê-la. Em certo dia, após uma noite pontual de aventuras com Margo, ela desaparece. Ele decide embarcar uma viagem para procurá-la, apoiado pelos seus grandes amigos Ben (Austin Abrams) e Radar (Justice Smith). Esta é a história de Cidades de Papel, uma adaptação do livro Paper Towns de John Green, conhecido pelo sucesso do best-seller "A Culpa é das estrelas".
A linguagem acessível e cativante de John Green, ao mesmo tempo, envolvente, profunda e capaz de se conectar com os jovens o tornou um fenômeno de tiragem de livros. Desta vez, a produção do filme (Marty Bowen e Wyck Godfrey, de "O Crepúsculo") repete a parceria de "A Culpa é das Estrelas" com os roteiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber. Eles têm experiência com narrativas cômicas e dramáticas com nuances românticas, tanto que escreveram os roteiros de "500 dias com ela" e "O Maravilhoso Agora".
A linguagem acessível e cativante de John Green, ao mesmo tempo, envolvente, profunda e capaz de se conectar com os jovens o tornou um fenômeno de tiragem de livros. Desta vez, a produção do filme (Marty Bowen e Wyck Godfrey, de "O Crepúsculo") repete a parceria de "A Culpa é das Estrelas" com os roteiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber. Eles têm experiência com narrativas cômicas e dramáticas com nuances românticas, tanto que escreveram os roteiros de "500 dias com ela" e "O Maravilhoso Agora".
Dirigido por Jake Schreier ( "Frank e o Robô"), o longa oferece muito mais do que um mero blockbuster para um público jovem. Acaba funcionando bem para todas as idades, é agradável e tem um grande mérito: desconstrói expectativas românticas, ou seja, pessoas lidam com decepções que podem trazer mais benefícios para o amadurecimento do que ilusórios idealismos e pueris fantasias. Parte disso se dá pela obra humanizada de John Green que reflete experiências comuns aos jovens. Aqui, ele evoca o rito de passagem da vida adolescente para a vida adulta, inclui novas experiências como uma viagem com um apelo de coragem, autoconhecimento e busca por um amor, além de ter uma trama mais elaborada que adiciona elementos misteriosos através de uma investigação feita por Quentin.
Além de uma "feel good" cinematografia assinada por David Lanzenberg que capta a atmosfera da história assim como fez bem em "A incrível história de Idaline", o elenco jovem carismático é o carro-chefe, com destaque para Nat Wolff, escolha bem acertada para o papel por ser um tipo de galã teen comum. Ele personifica o garoto estudioso, simpático e fofo, mas também, tímido e deslocado em suas dúvidas, inseguranças e temores. Na mesma linha da boa escalação de Ansel Elgort para "A Culpa é das estrelas", Nat Wolff se revela com um dos jovens e carismáticos atores. Como um ponto interessante, o roteiro inclui momentos bacanas entre amigos, amizade masculina que ainda é pouco explorada no Cinema, e oferece cenas de camaradagem e diversão, com destaque para Austin Abrams. As cenas entre eles em um ambiente escolar às vésperas da formatura são uma bela e nostálgica referência aos filmes de John Hughes.
Margot é apresentada com uma eficiente atuação de Cara Delevingne por dois motivos: é uma personagem enigmática e de distanciamento, logo a sua escolha para o papel é compreensível. Ela não é carismática neste filme. A atriz a encarna com o "pé no chão", como uma moleca que ninguém pode controlar, uma jovem que não segue convenções sociais. Embora Margo mobilize ações de Quentin para dinamizar a história, ajude a compreender o por que as coisas não precisam ser exatamente como desejadas, ela é mais fria em cena, tanto que aparenta ter mais idade, ser um bicho solto no mundo que não mantém vínculos com quase ninguém.
Cidades de Papel é uma história honesta com o público em geral, principalmente com o jovem. Fica melhor nos últimos 30 minutos quando se torna mais adulto, com o velho ciclo que se fecha para Quentin e o faz abrir-se à uma nova visão da vida. A ideia de que "é preciso se perder para se achar" é incrível, inspiracional, reflexiva e serve para todas as idades, além do conceito de "cidade de papel" ser uma ideia genial na contação deste tipo de história. Conceito que você poderá compreender melhor no filme, caso não o saiba, pois faz parte da magia do Cinema descobrir esses detalhes especiais.
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