Por Cristiane Costa, Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
Alguns dizem que "Três dias para matar" (3 Days to Kill, 2014) é um filme mais do mesmo. De fato, ele não é uma excelente comédia de ação, mas tem em si uma característica muito autêntica que o torna divertido: ele mesmo não se leva a sério e não engana o público.
Estrelado por Kevin Costner no papel de um atirador freelance que presta serviços para agências secretas, a história tem autoria de Luc Besson, conhecido produtor, realizador e roteirista que tem verdadeira paixão por filmes de ação e influenciou o gênero no Cinema Francês com reconhecimento internacional. Assim, o filme é uma combinação de drama familiar com comédia de ação na qual Ethan Renner (Costner) retorna à Paris para reencontrar a filha Zooey (Hailee Steinfeld) e reconquistar seu afeto e confiança.
Luc Besson escreveu uma história que reúne o cômico, a ação e o sentimental, o que não é surpreendente. Como lhe é natural, o filme não projeta uma narrativa muito rígida nos conflitos familiares e mantém um apelo desencanado e divertido. Acometido por uma grave doença, Ethan apenas deseja conviver os dias que lhe restam com a filha e a esposa Christine (Connie Nielsen). Como vários homens a serviço de agências e contra o crime, ele também carrega a culpa de ter ficado distante da família.
Para manter a ação em foco, Ethan é contratado pela agente da Cia e femme fatale Vivi Delay (Amber Heard) para matar um criminoso. Toda a história é construída entre a ação e as tentativas e retomada do relacionamento entre Ethan e sua filha. Com isso, o filme se torna agradável ao ver a atuação de Kevin Costner, um cara durão que se aproxima da filha adolescente e nem sempre sabe como lidar com ela. Em várias cenas, tanto sensíveis como tolas, o ator está bem relaxado a ponto de interagir comicamente com os comparsas do inimigo ou ajudar a filha em situações perigosas e afetivas.
O diretor McG combina com esse lado divertido de Luc Besson, pois já produziu e realizou várias comédias de ação como "Guerra é guerra" e as "As panteras: detonando", além de séries televisivas como "Nikita". Nesse filme, há boas cenas de ação, mas nada excepcional, apenas o diretor faz o que já está acostumado sem comprometer tanto a naturalidade de Kevin Costner. Entre os contras, o filme se estende bastante e desnecessariamente, não tem bom desencadeamento de cenas para o desenvolvimento equilibrado entre drama, comédia e ação, além do papel de Amber Heard ser medíocre e subaproveitado pelo roteiro.
O melhor do longa é Kevin Costner, um daqueles atores queridos que já foi guarda-costas, príncipe dos ladrões, anjo da vida e tantos outros personagens protetores no Cinema. Ele continua em forma, boa pinta e carismático, então o filme traz uma nostalgia de contribuições passadas do ator. Assim como Kevin Costner, Ethan também é um cara legal e apenas isso basta.





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