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Após trinta anos do lançamento de Os Incompreendidos , obra prima de François Truffaut que marca a parceria extraordinária do cineasta com ...

Metalinguagem no Cinema: Truffaut, Os Incompreendidos (1959) e Visage (2009)


Após trinta anos do lançamento de Os Incompreendidos, obra prima de François Truffaut que marca a parceria extraordinária do cineasta com o talento Jean-Pierrre Léaud, o Tailândes Tsai Ming-Liang estreoou o seu longa Face (Visage, 2009) em Cannes, um filme que recupera o mito de Salomé e traz um elenco de peso Francês: a deslubrante top model Laetitia Casta e vários ícones Truffautianos: Fanny Ardant, Jean-Pierre Léaud, Jeanne Moureau, Nathalie Baye, Mathieu Almaric. A narrativa é sobre um diretor que quer filmar a história de Salomé no Museu do Louvre. No cast principal, Fanny faz o papel de uma produtora de Cinema e o mítico Jean-Piere Léaud intepreta a si mesmo como o Rei Herodes, um encontro emblemático que deve ser constantemente contemplado.


Face é um filme metalinguístico por excelência, uma celebração do Cinema através do Cinema, uma evocação das referências cinematográficas Francesas que traz à experiência com o filme o que somente a Sétima Arte poderia realizar: diminuir a zero e com belos côrtes a distância que separam filmes de filmes, fazendo com que nos emocionemos com o poder do Cinema na nossa memória afetiva. O elenco traz os visages (rostos) de vários atores e atrizes que trabalharam com Truffaut, um encontro apoteótico e saudosista.

Uma das imagens selecionadas da bela sequência de Face é um poderoso exercício metalinguístico em Truffaut. Acompanhamos na cena Fanny Ardant filmada em um ângulo de câmera baixa e estática que remete a como Truffaut enquadrou algumas cenas com a beleza sedutora de suas mulheres; mais adiante contemplamos a atriz encantados pela nostalgia cinematográfica em cena: Ela folheia um flipbook de Léaud em Os Incompreendidos, uma tomada criativa de profunda comoção à medida que o rosto de Léaud se aproxima em close e lembramos do jovem incompreendido e rejeitado pela família. Mais esplêndido é o corte desta cena, um corte cronológico de trinta anos na vida real, porém narrativo de microsegundos. Lá está Jean-Pierre Léaud, mais velho e agindo como um rei louco, o Grande Herodes. E, em mais um momento sublime, um corte para a fotografia de Truffaut, envolvido por uma aura carismática, dentro de um livro, que foi uma das suas grandes paixões. A criatura Léaud dá espaço para nos apaixonarmos pela figura de seu criador e pelo poder metalinguístico no Cinema.






Fanny Ardant e Jean-Pierre Léaud, para sempre lembrados através de Truffaut.




Assista o trailer de Face

6 comentários:

  1. Conheço pouco do Truffaut, por isso mesmo seu post foi muito informativo! :)

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  2. Como o apaixonado por Les 400 Coups que sou, preciso muito ver esse Face - que parece ser bem interessante.

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  3. Eu definitivamente preciso tomar vergonha na cara. (nunca vi nenhum filme do Truffaut ;x

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  4. Um filme que preciso ver pra ontem!!

    Beijos Madame :)

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  5. Lindo Madame.com.br
    Show de bola este post no M.Lumiere Site.

    Preciso rever a obra do Truffaut. Sabe, me deu vontade de assistir "O Homem Que Amava as Mulheres". Não sei pq!

    Beijos.

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  6. Genio Truffaut, uno de los directores que mejor hablo del amor en sus pelìculas, así como de las mujeres y la educación de los niños.

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