O Cinema Argentino é a clara expressão de um Cinema que consegue ser original de uma forma bem singular, além de levar em si um humor muito próprio que sabe entreter com um toque de sarcasmo. Não a toa ele se tornou um dos Cinemas mais apreciados no Brasil. O humor Argentino nunca é gratuito e serve para refletir sobre um contexto ou um comportamento, contribuindo muito para um entretenimento inteligente. Exemplo disso é o Crítico, primeiro longa metragem de Hernán Guerschuny, um dos filmes imperdíveis para arrancar boas risadas da plateia na Mostra.
A narrativa é muito bem construída em um contexto metalinguístico, tanto sob a perspectiva da história e construção dos planos como do desenvolvimento do personagem e da transformação do protagonista: Téllez (Rafael Spregelburd) é um renomado crítico de Cinema, que odeia as comédias românticas. O bem humorado roteiro enfatiza em variadas cenas que, além de Téllez ter aversão à esse gênero, ele é um homem de personalidade austera, um racional crítico da vida que opina negativamente além do Cinema, ou seja, faz o papel natural de "dono da verdade", com uma leve e natural arrogância na argumentação que, infelizmente, é um comportamento de muitos críticos. Com esse jeito de ser, ele não se abre o suficiente para as relações afetivas e para a sensibilidade. Ao ter problemas financeiros, é obrigada a fazer coisas que não gosta como se arriscar a escrever um roteiro comercial, depender de familiares e da espera pelo aluguel de um apartamento. O interesse por um novo imóvel será o ponto de convergência entre ele e um romance, de acaso romântico que mudará sua forma de ver o amor, assim como ocorre nas comédias românticas.
Mesmo com esses atributos, Téllez é um sujeito divertido e muito bem interpretado pelo ótimo Rafael, que consegue dar verossimilhança aos clichês de um crítico, inclusive ao carregar a clássica mochila nas costas, ter uma aparência nada vaidosa, ser desajeitado com as mulheres e dar cotação mínima a filmes que não lhe agradam. Tudo isso contribui para as risadas, mas a grande sacada do roteiro é que o crítico se apaixona pela bela Sofia (Dolores Fonzi), uma cleptomaníaca , o oposto dele. Ao se apaixonar, ele vive uma comédia romântica na pele e, como um gênero em busca de vingança, ele provará de emoções e dilemas que criticava antes. Essa ideia é muito original para uma ficção e, na cinematografia Argentina, ficou com um saboroso gosto de bom Cinema que é capaz de se comunicar com o público. Traz à memória da plateia cenas nostálgicas de filmes românticos e cria uma história de paixão entre duas pessoas bem diferentes, mas também quebra a austeridade de uma crítica que precisa ser sensível até aos gêneros considerados menores por boa parte deles. É um filme imperdível na forma como Hernán conseguiu usar os padrões da comédia romântica e brincar com eles de uma forma leve e que leva à reflexão de que, não importa ter o conhecimento de n teorias de Cinema e cinematografias, no final das contas, Cinema é apaixonar-se por Cinema.
A narrativa é muito bem construída em um contexto metalinguístico, tanto sob a perspectiva da história e construção dos planos como do desenvolvimento do personagem e da transformação do protagonista: Téllez (Rafael Spregelburd) é um renomado crítico de Cinema, que odeia as comédias românticas. O bem humorado roteiro enfatiza em variadas cenas que, além de Téllez ter aversão à esse gênero, ele é um homem de personalidade austera, um racional crítico da vida que opina negativamente além do Cinema, ou seja, faz o papel natural de "dono da verdade", com uma leve e natural arrogância na argumentação que, infelizmente, é um comportamento de muitos críticos. Com esse jeito de ser, ele não se abre o suficiente para as relações afetivas e para a sensibilidade. Ao ter problemas financeiros, é obrigada a fazer coisas que não gosta como se arriscar a escrever um roteiro comercial, depender de familiares e da espera pelo aluguel de um apartamento. O interesse por um novo imóvel será o ponto de convergência entre ele e um romance, de acaso romântico que mudará sua forma de ver o amor, assim como ocorre nas comédias românticas.
Mesmo com esses atributos, Téllez é um sujeito divertido e muito bem interpretado pelo ótimo Rafael, que consegue dar verossimilhança aos clichês de um crítico, inclusive ao carregar a clássica mochila nas costas, ter uma aparência nada vaidosa, ser desajeitado com as mulheres e dar cotação mínima a filmes que não lhe agradam. Tudo isso contribui para as risadas, mas a grande sacada do roteiro é que o crítico se apaixona pela bela Sofia (Dolores Fonzi), uma cleptomaníaca , o oposto dele. Ao se apaixonar, ele vive uma comédia romântica na pele e, como um gênero em busca de vingança, ele provará de emoções e dilemas que criticava antes. Essa ideia é muito original para uma ficção e, na cinematografia Argentina, ficou com um saboroso gosto de bom Cinema que é capaz de se comunicar com o público. Traz à memória da plateia cenas nostálgicas de filmes românticos e cria uma história de paixão entre duas pessoas bem diferentes, mas também quebra a austeridade de uma crítica que precisa ser sensível até aos gêneros considerados menores por boa parte deles. É um filme imperdível na forma como Hernán conseguiu usar os padrões da comédia romântica e brincar com eles de uma forma leve e que leva à reflexão de que, não importa ter o conhecimento de n teorias de Cinema e cinematografias, no final das contas, Cinema é apaixonar-se por Cinema.




1 comments:
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Cristiane Costa, MaDame Lumière