Filme slasher que subverte o clássico conto de fadas da Disney
Disponível para locação em streaming. Distribuição A2Filmes
Classificação indicativa: 18 anos
Por Cristiane Costa, Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
Por mais simples e atrativa seja a proposta de um novo filme, qualquer produção cinematográfica precisa de orçamento bem projetado ou, no mínimo realista. Para além do budget, o resultado qualitativo depende de uma série de escolhas de roteiro e direção, por isso, há filmes de robusto orçamento que sobrevivem graças à tecnologia e outros de baixíssimo orçamento que sofrem de limitação de recursos.
No caso de A Maldição de Cinderela (Cinderella's curse, 2024) dirigido por Louise Warren, com produção da ChampDogfilms, estamos diante de um filme bem econômico que teve que contar mais com o entusiasmo da produção que com capital. A proposta é um longa bastante underground que revisita a clássica narrativa de Cinderela e, assim, subverte a lógica de beleza e romantismo do conto de fadas, no qual o amor pode superar diferenças sociais e conflitos familiares. Muito mais do que uma maldição que é invocada a partir das humilhações sofridas por Cinderela, estamos diante de uma vingança que combina referências clássicas do horror como A morte do demônio (1981) e Carrie - A estranha (1976).
Na história a odiosa situação de bullying e inveja se repete e Cinderella (Kelly Sanson) sofre variadas humilhações. As duas meias-irmãs de Cinderela (Lauren Budd e Natasha Tosini) são bastante malévolas e a madrasta (Danielle Scott) totalmente diabólica e insuportável. Qualquer mulher, se pudesse escolher ser vingativa em uma ficção, certamente verbalizaria os três desejos dessa Cinderela.
Com cenas graficamente mais amadoras e de violência gore, o filme demora a ter uma narrativa mais impactante. Ambientado no Reino Unido, inicialmente parece ser uma série antiquada nas primeiras cenas. Depois consegue firmar-se com o climático final, se aproximando das referências com Carrie. Por trás da tragédia pessoal de Cinderela, a subversão do gênero foi uma boa ideia que, se tivesse um excelente orçamento, poderia se tornar um clássico moderno do horror. Longe de sê-lo, deve ser encarado como uma diversão despretensiosa na qual o sapatinho de cristal vira uma arma mortal.
Apesar de bastante limitado em toda narrativa, a intenção da diretora é de uma apaixonada pelo subgênero. Por si só, esse é um ato de crítica a histórias fantasiosas. Apenas uma mulher que não desiste do trabalho seria capaz de colocar esse filme em produção e se expor diante das possíveis críticas.


















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Cristiane Costa, MaDame Lumière