#MaDameNoir #MaDameLumière #CinemaNoir #FilmNoir #EntreLuzeseSombras #CríticadeCinema #CinemaClássico #CinemadeAutor #Suspense #FemmeFatal...

 





#MaDameNoir #MaDameLumière #CinemaNoir #FilmNoir #EntreLuzeseSombras #CríticadeCinema #CinemaClássico #CinemadeAutor #Suspense #FemmeFatale #HumphreyBogart 


Disponível na plataforma Filmicca



Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação



MaDame Noir: Entre Luzes e Sombras 




No Silêncio da Noite é um filme trágico por excelência que expõe a face brutal de Dixon Steele (Humphrey Bogart), um roteirista que está além do cinismo e claramente decepcionado com a indústria de Hollywood. Em meio à sua solidão e como principal suspeito de um crime, a grande questão do filme não é o mistério do assassinato, mas sim a dúvida: ele é o culpado? O ponto substancial de excelência reside na atuação sombria e ambígua de Bogart em um verdadeiro drama romântico doméstico, onde a tensão reside na desconfiança de que ele pode agredir a namorada, Laurel Gray (Gloria Grahame). Nicholas Ray subverte o Film Noir de forma radical, tirando a mulher do papel de femme fatale e colocando o próprio Dixon Steele no centro da fatalidade da trama.











Se o mistério inicial parece central, logo percebemos que a verdadeira tensão está na raiva latente de Dixon. Desde o início, o roteiro é impregnado de pistas de que Steele é uma bomba-relógio. Não é apenas o seu histórico de agressões; sua instabilidade é consequência da decepção com a indústria, tornando-o um homem tomado por raiva, incapaz de acreditar ou amar. Ele se configura como o verdadeiro homme fatale, cínico e frio, amaldiçoado a viver por viver. Esse é o ponto crucial de desvio em relação a outros noirs da época: o foco não é a resolução de um crime externo, mas o drama íntimo. Quando conhece Laurel Gray, é tomado por desejo e paixão, mas sua possessividade se manifesta de forma aterrorizante em uma cena de carro que se torna símbolo da tensão sufocante. Laurel percebe naquela explosão a inegável bandeira vermelha.  











Nicholas Ray prova ser um cineasta exímio em dirigir homens com rompantes de violência, e com a maestria de Bogart, o resultado toca a quintessência do Cinema. É impressionante notar como o ator se transforma em algo malévolo e insanamente agressivo apenas pelo olhar, criando no espectador o medo iminente. A atmosfera noir aqui é sentida mais na atuação do que na ambientação tradicional. É um noir moderno: diálogos afiados e intimistas dominam ambientes fechados como o apartamento de Laurel, e nas poucas externas, como nas estradas e carros, a iluminação de alto contraste retoma o clima sombrio, reforçando a paranoia. Gloria Grahame equilibra perfeitamente o estado de apaixonada e defensora do amado com a paranoia crescente, com o zoom de Ray acentuando a intimidade sufocante da relação. Essa paranoia desemboca no colapso da confiança, núcleo dramático da narrativa. 





Um dos aspectos mais ricos da narrativa é justamente esse colapso. Dixon nunca levou a sério o assassinato da moça que, por sinal, havia feito uma gentileza a ele. Sua frieza é o primeiro sinal de que não é confiável: um homem calado, indiferente e incapaz de se conectar. Ele é, de fato, o homem solitário do título (In a Lonely Place), até que conhece Laurel Gray. Com a chegada da amada, ele sorri um pouco mais, porém a incógnita permanece: com tanta instabilidade, quando será o próximo rompante? Laurel começa a ficar paranoica, com medo de estar correndo risco. A violência do temperamento de Dixon já o condenou, e a narrativa se concentra em como essa confiança vital é corroída pouco a pouco, conduzindo ao desfecho inevitável do casal. Esse destino íntimo se conecta a um diagnóstico maior: a crítica à masculinidade tóxica e ao cinismo de Hollywood.









Lançado em 1950, o filme insere-se em um movimento em que Hollywood já era criticado, com menos glamour e mais obras sombrias e trágicas, impulsionadas por diretores como Nicholas Ray e Elia Kazan. Na época, foi aclamado pela crítica, principalmente por apresentar uma desconstrução ousada da persona de Humphrey Bogart. Em uma indústria machista, a obra foi audaciosa ao expor um homem tóxico e frágil como centro da fatalidade. O comportamento de Dixon Steele se mantém chocantemente relevante hoje: o filme é um espelho contundente da masculinidade tóxica, que projeta a sombra aterrorizante da raiva. Essa instabilidade destrói a confiança da parceira e mina qualquer chance de esses homens serem verdadeiramente amados, conduzindo Dixon a um lugar de solidão eterna. A contribuição duradoura do filme é essa: a tragédia é autoinfligida.  


  



(4,5)




Imagens. Divulgação Columbia. Filmicca Streaming.



  #Drama #DramaMoral #CríticaCurta #CinemaAmericano #Suspense #Julia Roberts #AndrewGarfield #Luca Guadagnino #Streaming #PrimeVideo Por  Cr...

 





#Drama #DramaMoral #CríticaCurta #CinemaAmericano #Suspense #Julia Roberts #AndrewGarfield #Luca Guadagnino #Streaming #PrimeVideo


Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação



O filme tinha a premissa perfeita para um drama moral contemporâneo sobre denúncia e o pacto da branquitude em uma universidade de prestígio, mas se contenta com um exercício autoral que inibe a sensibilidade da história. O que se observa é uma narrativa que parece buscar diferenciação em vez da verdade das falhas humanas, sacrificando a ambiguidade que o tema exige em prol de uma assinatura estética. Ainda assim, Julia Roberts e Andrew Garfield entregam atuações intensas que conferem densidade ao drama. O resultado é ⭐⭐⭐: um esforço válido que critica a sociedade, mas limitado por escolhas autorais exibicionistas que reduzem seu alcance dramático.




O Propósito da Crítica Curta
Um panorama direto ao ponto para filmes que merecem sua atenção imediata. A curadoria perfeita para escolher sua próxima sessão de streaming com rapidez e confiança.
 



Imagem Sony. Divulgação.

  #Drama #Amadurecimento #ComingofAge #Luto #Infância #Criança #CríticaSocial #LGBTIAPN+ #Família #Educação #Vida #Morte #CinemaBrasileiro #...

 





#Drama #Amadurecimento #ComingofAge #Luto #Infância #Criança #CríticaSocial #LGBTIAPN+ #Família #Educação #Vida #Morte #CinemaBrasileiro #MulheresnaDireção #Lançamentos



Lançamento nos Cinemas 27 de Novembro de 2025



Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação




A Natureza das Cosas Invisíveis: O Luto no Olhar e a Liberdade de  Perguntar

 



Com estreia nacional em 27 de novembro pelo projeto Sessão Vitrine Petrobras, A Natureza das Coisas Invisíveis surge como um coming-of-age urgente no cinema brasileiro. Ambientado nas férias de verão, o filme aproxima as crianças Glória e Sofia em um hospital, unidas pela necessidade de encarar as verdades agridoce da vida e da morte que os adultos tentam suavizar. A obra de Rafaela Camelo nasce da curiosidade infantil diante da finitude e da ausência de liberdade para formular perguntas difíceis. É um filme que ilumina a capacidade única das crianças de reinventar sentido, obrigadas a inventar novos imaginários para decifrar o luto e seguir adiante.




Diretora Rafaela Camilo. Divulgação. Crédito: Foto de Emanuel Lavor



O filme se inicia com uma amizade que floresce em um hospital, espaço que funciona como fronteira entre saúde, doença e morte. Glória (Laura Brandão), transplantada e acompanhando a mãe (Larissa Mauro) que trabalha no hospital, e Sofia (Serena), cuja bisavó (Aline Marta Maia) está internada e acompanhada pela mãe (Camila Márdila), são obrigadas a enfrentar essa fronteira existencial. O ambiente hospitalar as coloca diante das “coisas invisíveis” e de perguntas que os adultos nem sempre sabem ou desejam responder. Como crianças inteligentes e autênticas, elas acionam seu motor de resistência e fazem o que a infância realiza com maestria: ser curiosa, criativa e indagadora. Nesse percurso, a dor do luto se revela como a primeira grande verdade que a singularidade da infância precisa decifrar.  









A estrutura narrativa se revela como uma engenhosa metáfora. O filme se divide em dois atos distintos: o primeiro, ambientado no hospital, impõe a fronteira existencial da dor e do desconhecido. Nesse espaço, o tédio, a tensão e o silêncio deixam as crianças à mercê do tempo institucional, cuja seriedade é suavizada pela presença de um paciente idoso e pela singularidade da infância.




Essa mudança de espaço não é apenas geográfica, mas simbólica, marcando a passagem da dor institucional para o acolhimento comunitário. A transição para o refúgio no interior de Goiás é funcional e, como explica a cineasta Rafaela Camelo, é como se naquele ponto o filme precisasse morrer para que outro pudesse nascer. Longe da rigidez hospitalar, o interior oferece um espaço mais acolhedor, onde fé, espiritualidade e tradições da terra ensinam uma forma mais sábia de lidar com a morte e a vida. É ali que Glória e Sofia encontram sua verdadeira identidade e pertencimento.  









A direção de fotografia revela uma sensibilidade que valoriza a brasilidade, a identidade local, a simplicidade e o aconchego familiar. O filme é valorizado pela diversidade de seu elenco, composto por crianças, mulheres e idosos, que trazem naturalidade à narrativa, sobretudo na abordagem de gênero em Sofia, sem a necessidade de rótulos.  








O trabalho das jovens atrizes Laura Brandão e Serena dá força à experiência, pois interpretam Glória e Sofia com emoção e organicidade. Rafaela Camelo reconhece essa contribuição decisiva, afirmando que as meninas trouxeram autenticidade ao filme com suas ações genuínas e a forma de se mover no espaço, ajudando inclusive a fechar o roteiro de certa forma. Essa escolha estética se conecta diretamente ao impacto pedagógico da obra, que afirma a infância como sujeito de direitos, garantindo às crianças o direito de criar o seu imaginário cotidiano e de compreender a morte e a perda, temas ainda considerados tabus. A direção estabelece uma resistência construída que valoriza os valores da memória e do luto no Brasil.  








A Natureza das Coisas Invisíveis já conquistou reconhecimento nacional e internacional, vencendo dois prêmios na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o Coelho de Ouro e o Coelho de Prata no Festival Mix Brasil, além de três Kikitos no Festival de Gramado: Melhor Atriz Coadjuvante para Aline Marta Maia, Melhor Trilha Musical para Alekos Vuskovic e o Prêmio Especial do Júri. Esses prêmios reforçam a relevância da obra e consolidam seu lugar no cinema brasileiro contemporâneo.  




Pela sua potência pedagógica e pelo profundo respeito em colocar a criança como protagonista atuante no ciclo de vida e morte, o Madame Lumière o recomenda para professores, educadores, gestores escolares e famílias. Afinal, quando a morte dos mais velhos chega, são as crianças que permanecerão para construir e mudar este mundo tão carente de conexão.  










Imagens. Divulgação Vitrine. Assessoria Sinny. Crédito foto diretora : Emanuel Lavor.

Pesquisar este blog

Críticas mais Visitadas (Última Semana)