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Rapidinhas no MaDame: Porque o que importa é o prazer da Cinefilia Sobre a história: Após permanecer em coma por mais de 10 anos, a vampira...

Rapidinhas no MaDame: Anjos da Noite: O Despertar ( Underworld : Awakening) - 2012

Rapidinhas no MaDame:
Porque o que importa é o prazer da Cinefilia






Sobre a história: Após permanecer em coma por mais de 10 anos, a vampira guerreira Selena (Kate Beckinsale) desperta em um laboratório genético, descobre que os humanos querem exterminar os lacans e os vampiros e que tem uma poderosa e híbrida filha, Nissan (India Eisley), a qual deve proteger.

Opinião Geral sobre o filme: Anjos da Noite é uma franquia "lugar comum" na sétima Arte, ou seja, roteiros fracos e direção mais movida a colocar ação às rivalidades entre vampiros e lobisomens do que propriamente trazer um olhar cinematográfico diferenciado a um mundo ficcional obscuro e decadente. O quarto filme da série desperta novamente a violência sanguinária entre as duas raças. De forma convidativa, ele acrescenta o ingrediente ser humano: ávido por exterminá-los, com personagens de má índole com interesses geneticistas e de empoderamento como o de Stephen Rea, que interpreta o Dr. Jacob Lane. Para tornar a caçada mais feroz assim como realçar os dons de guerreira protetora de Selena, a vampira agora é mãe e precisa proteger a filha. No geral, o que agrada nesse longa é muito mais a ação em si, muito agressiva, com uma pegada de sci-fi e sangue para vários lados. O 3D não é tão poderoso como poderia ser, mas ajuda a projetar o expectador para o universo Underworld, torná-lo mais vivaz, com uma violência mais visível. O ritmo é dinâmico e ajuda a tornar o filme uma diversão mais objetiva, funcional. Para quem curte mulher heroína, nervosa e sexy em in action, mais uma vez, Kate Beckinsale está vestida para matar não só os inimigos, mas matar de amores os fetichistas que adoram uma mulher com roupa colada, preta e de couro. Sua performance física é muito boa, o que garante boas cenas de luta e violência explícita, com o charme impiedoso que é bem próprio à Selena. O roteiro é fraco, poderia ser melhor aproveitado no conflito entre os homens e as criaturas míticas, assim como, também, no romance de Selena e Michael para adoçar a sensualidade e o amor de dois integrantes de raças inimigas. Convém enfatizar que, o roteiro abaixo da média de Underworld não incomoda tanto, pois ela ainda é uma das franquias mais interessantes e de entretenimento, puro e simples, ao trabalhar com o submundo mitológico de criaturas ferozes e letais que cercam o imaginário cinematográfico e literário e que lutam entre si.

O prazer: A performance física de Kate Beckinsale é visualmente atrativa e dá um charme à fita. A trilha sonora é convidativa com Linkin Park, The Cure e Evanescence.

O desprazer: Roteiro perde a chance de aprofundar o conflito entre homens, lacans e vampiros.



Por que vale a rapidinha? Bastante ação com bons efeitos.




Rendimento:



Ficha técnica no Imdb

5 comentários:

Caro (a) leitor(a)

Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.

Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.

No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.

Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.

Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière

Sabemos bem que não é muito adequado brincar com a religião alheia, porém a proposta de " Habemus Papam ", dirigido pelo Italiano ...

Habemus Papam ( 2011)



Sabemos bem que não é muito adequado brincar com a religião alheia, porém a proposta de "Habemus Papam", dirigido pelo Italiano Nanni Moretti, está acima de dogmas religiosos. Em sua essência cinematográfica, o longa não é uma crítica destrutiva ao Catolicismo e aos rituais canônicos do Vaticano, embora beba dessa fonte em sua narrativa. Engana-se quem vê algum pecado no humor leve e cativante da história de um papa (Michel Piccoli), que não deseja tomar posse do seu divino cargo, entra em crise e recorre às consultas de um psicólogo. Na verdade, a intenção é, no mínimo, criativa e graciosa, além de mimetizar um tema existencial e universal: o livre-arbítrio a que todos têm o direito, inclusive aqueles que têm uma fé, seguem uma religião mais rígida e que devem ter a liberdade de crer e exercitar as suas crenças sem anular-se como indivíduo.





Tudo começa quando o Papa falece e precisa de um sucessor. De acordo com as regras seguidas pelo conclase, o novo Papa é escolhido em uma eleição entre os cardeais do Vaticano. Já nos primeiros minutos, entre um tom solene e de humor levemente "pecaminoso", acompanhamos a câmera evidenciando o comportamento dos cardeais, que não querem ser o escolhido. Surgem os fluxos de consciência: “Por favor, Senhor, não, não quero que seja eu!”, e também planos bem engraçados, como o que filma os rostos curiosos de alguns bisbilhotando os votos dos colegas. É impossível não dar risada de como o supra cargo do Vaticano não é nenhum pouco desejado, como se fosse a porta de entrada para carregar uma cruz ou entrar no inferno. As primeiras sequências evidenciam o tom bem humorado da comédia e criam um vínculo carismático entre o público e os cardeais, de todas as origens possíveis, da América do Sul a Oceania, cada um tem uma característica que os aproxima da humanidade falha de todo ser humano, desde o que fuma até o que toma ansiolíticos ou tem conturbados pesadelos durante a noite. Essa conexão com o elenco de cardeais, e principalmente, com Michel Piccoli, em excelente atuação que mescla um vazio existencial com uma postura inerte a qualquer decisão, torna "Habemus Papam" uma diversão levemente sarcástica que, de forma descontraída, faz a audiência refletir que todos têm problemas em suas terrenas existências. Até mesmo o Papa pode ter uma crise de pânico, ir a um consultório psicológico e tomar antidepressivos. De fato, ser um líder religioso, ainda que em alta posição na Igreja, deveria ser uma forma de se aproximar das pessoas, de seus medos, anseios e aflições. Nesse ponto, o filme é um ótimo exercício de humanidade.




A direção tende a ser mais revigorante do que o roteiro e promove uma melhor aproximação com o elenco de coadjuvantes, desde observá-los jogando cartas até um jogo de voleibol. Nessa última, os movimentos chegam a ser como uma dança visual, com caras e bocas dos cardeais e freiras, que também têm direito a uma diversão. Tudo tem uma pitada de charme sacro com risadas profanas, a começar também com o papel do cineasta Moretti, que é o psicanalista ateu que vem para agregar um elemento externo, que estabelece uma relação mais próxima com cardeais, que também estão proibidos de saírem nos arredores da Praça São Pedro até que o Papa decida se apresentar os fiéis. São seres enclausurados, mas que continuam vivendo suas vidas com defeitos.Se por um lado o elenco é agradável e a temática pode ser aplicada a qualquer situação, no qual a depressão está acima da vontade e, que a decisão pela melhor escolha cabe a cada um; por outro lado, o roteiro peca ao não amarrar muito bem a narrativa com o drama do Papa e o quanto isso poderia ser existencialmente profundo para contar uma história desse calibre. Nanni Moretti opta pela simplicidade de uma comédia ligeira, sem hiperbólicas reflexões sobre a responsabilidade de se tomar uma decisão qualquer, principalmente a eclesiástica. Tomando posse de um papel dramático-cômico, o ótimo Michel Piccoli se torna o melhor a ser apreciado. O Papa perambula pela cidade, retoma contato com o teatro, uma de suas paixões, discute muito pouco com o público sua fé e o peso do caminho religioso que decidiu seguir, ainda assim, contemplar o ator é um bel prazer. Portanto, "Habemus Papam" é um filme mais degustativo e merece ser visto para entreter-se com a simpatia que ele certamente tem. Ele também faz o público perceber que todos, independente do cargo e da posição que exercem, têm o direito ao sim e ao não.



Avaliação Madame Lumière
Crítica publicada originalmente no Confraria de Cinema http://www.confrariadecinema.com.br/colunas.jsp?id=30
Visitem o Confraria!

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Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.

Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière

Rapidinhas no MaDame: Porque o que importa é o prazer da Cinefilia Sobre a história: FDR Foster ( Chris Pine ) e Tuck ( Tom Hardy ) são do...

Rapidinhas no MaDame: Guerra é Guerra (This Means War ) - 2012

Rapidinhas no MaDame:
Porque o que importa é o prazer da Cinefilia




Sobre a história: FDR Foster (Chris Pine) e Tuck (Tom Hardy) são dois excepcionais agentes especiais da Cia, parceiros de trabalho e muito amigos. Descobrem que namoram a mesma garota, Lauren (Reese Witherspoon) e começam uma divertida batalha, usando seus talentos e vantagens nas operações da Cia, para boicotar o namoro um do outro e lutar para conquistar definitivamente a garota.

Opinião Geral sobre o filme: O longa é uma comédia de ação romântica que cumpre o que promete: entretenimento com um triângulo amoroso entre gente bonita, ações explosivas com um criminoso internacional, uma rixa masculina para ver quem é o melhor na conquista, e momentos de paquera e namoro para colocar os hormônios na ativa. O filme agrada mais pelo entretenimento e vale a sessão despretensiosa. É possível rir das situações mais bobas, porém todas verossímeis em comédias do gênero, pois demonstram uma mulher que, após ficar um bom tempo sozinha e ser abandonada pelo namorado, encontra dois homens lindos e decide namorá-los. Fica indecisa, mas está curtindo a vida e o filme não a julga como uma "galinha". Ainda assim, a comédia tem um apelo bem machista. Ela praticamente se apaixona pelos dois e é enganada por ambos. Eles preferem brigar um com o outro e medir forças para ver quem é melhor do que falar a verdade para ela. Como a maioria das comédias Hollywoodianas atuais é diversão ligeira, sem senso crítico e profundidade afetiva, Guerra é Guerra foi feita sob medida para agradar o circuito comercial e jovem. Chris Pine e Tom Hardy têm ótima energia juntos e ambos incorporam beleza e virilidade. Eles também têm a vantagem de que foram desenvolvidos, de forma rasa porém efetiva, como homens diferentes: o primeiro tem um perfil mais mulherengo e narcisita, o segundo mais romântico e fracassado na relação com sua ex-mulher. Reese Witherspoon só chama a atenção pelo cabelo loiro e bem cuidado. Uma outra atriz mais carismática e sensual traria mais benefícios ao filme. O desfecho só comprova que a mulher sempre tende a fazer as escolhas mais duvidosas e, portanto, repetir os mesmos padrões amorosos.

O prazer: Ver Chris Pine e Tom Hardy medindo o nível de testosterona, principalmente Hardy, que é um bom ator. O público feminino tende a gostar mais do filme, afinal, mesmo que a temática seja fútil, homem bonito, sarado e/ou bem vestido é sempre um colírio.

O desprazer: O roteiro deveria ter explorado um pouco mais a ação dos agentes com o criminoso vivido por Til Schweiger. Reese Witherspoon já foi melhor em outras comédias românticas como E se fosse verdade... e Doce Lar . Sua atuação não faz muita diferença e ela pouco expressa verdadeiros sentimentos femininos, a não ser os clichês que o roteiro faz questão de reforçar.
Por que vale a rapidinha? Rir com o trio amoroso naqueles dias que o público não quer pensar em nada.

Rendimento:
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Caro(a) leitor(a) Esse ano tive o prazer de receber um convite do editor do Confraria de Cinema , Gustavo Catão , para estrear uma coluna s...

MaDame Lumière estreia Coluna na Confraria de Cinema com Habemus Papam

Caro(a) leitor(a)

Esse ano tive o prazer de receber um convite do editor do Confraria de Cinema, Gustavo Catão, para estrear uma coluna sobre a sétima Arte no site. Mesmo com toda a correria que é a minha vida, falar de Cinema na internet é uma forma de aproximar essa grande paixão, de cinéfilo para cinéfilo, sem frescuras, com muita liberdade de expressão e com o charme Madame de ser.


Espero que curtam minha presença por lá, a começar, visitem a crítica de Habemus Papam, o filme italiano de Nanni Moretti, indicado a Palma de Cannes em 2011 e uma agradável comédia com Michel Piccoli, sobre um Papa em crise.


"As primeiras sequências evidenciam o tom bem humorado da comédia e criam um vínculo carismático entre o público e os cardeais, de todas as origens possíveis, da América do Sul a Oceania, cada um tem uma característica que os aproxima da humanidade falha de todo ser humano" (veja mais no http://www.confrariadecinema.com.br/madamelumiere/ )




Meus agradecimentos à equipe Confraria de Cinema.
Abraços,
Cristiane Costa, MaDame Lumière

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Dreamgirls , o vencedor do Globo de Ouro de melhor filme - comédia musical em 2007, tem variadas virtudes que o tornam um musical...

Dreamgirls - Em busca de um sonho (Dreamgirls) - 2006





Dreamgirls, o vencedor do Globo de Ouro de melhor filme - comédia musical em 2007, tem variadas virtudes que o tornam um musical contagiante e envolvente, tendo ganhado 3 Globe Awards (melhor filme, melhor ator principal para Jamie Foxx e melhor atriz principal para Jennifer Hudson) e recebido 8 indicações para o Oscar, no qual levou as estatuetas de melhor atriz coadjuvante para Jennifer Hudson e melhor mixagem de som. Dentre essas virtudes, destacam-se que o musical tem um roteiro bem harmonizado entre belas e ritmadas canções do R&B da América dos anos 60 e 70, os conflitos pessoais e profissionais dos músicos e executivos, e o amadurecimento do show business Afro-americano da época; além de estrelar um elenco atrativo com Jamie Foxx, Eddy Murphy, Beyoncé Knowles, Jennifer Hudson, Danny Glover, entre outros. A história é baseada em musical da Broadway de Tom Eye e Henry Krieger, que se inspirou em fatos verídicos da trajetória do grupo musical feminino Diana Ross and The Supremes e na evolução do R&B na poderosa Motown Records, a legendária gravadora Americana que teve artistas icônicos como Jackson Five, The Temptations e Marvin Gaye.












Na Detroit da década de 60, berço do R&B e conhecido cenário da indústria automobilística Americana, a história começa com o sonho de 3 garotas afrodescendentes, Effie White (Jennifer Hudson), Deena Jones (Beyoncé Knowles) e Lorrell Robinson (Anika Noni Rose) que se apresentam em competições noturnas para ganhar visibilidade e uma oportunidade em suas carreiras musicais. Após receberem uma proposta do ambicioso vendedor de carros, Curtis Taylor Jr (Jamie Foxx), elas se tornam backing vocals do cantor James Thunder Early (Eddie Murphy) e iniciam uma jornada de busca pelo seus sonhos até formarem as Dreamettes. A criação desse grupo faz referências a Supremes e à tradição da Motown, que criou os grupos musicais femininos de grande sucesso na cena musical dos USA. Mais tarde, após uma nova empreitada mais "pop" de Curtis, agora como presidente de uma gravadora, e alguns desafetos e separações do grupo, as Dreamettes se tornam as Dreams.











O roteiro está bem estruturado, como narrativa linear, de forma a contar a evolução do grupo. Ele começa a cantar em redutos do R&B Detroit, tem como principal compositor o irmão de Effie, C.C White (Keith Robinson), lança uma boa música nas rádios e chega aos espaços mais elitizados dos brancos americanos. Nessa trajetória, Curtis se torna um homem ganancioso, cada vez mais endinheirado e com poder de presidente da gravadora para incluir e cortar músicas, podar e banir artistas, dominar sua esposa Deena e ser corruptível. Também não ficam de fora músicos em situação de pobreza e envolvimento com drogas, materializando que todo sonho pode se tornar um pesadelo. No geral, o roteiro dá conta dos bastidores de artistas e gravadoras. Mescla, com isso, a variável dos conflitos amorosos com as desavenças entre Curtis, Deena e Effie. Introduz alguma evolução musical entre as décadas, com a entrada do funk soul, R&B com pegada mais pop, baladinhas e as adaptações disco. Todas essas referências como as B.B King e Jackson Five ingressam no filme através dos concertos musicais no roteiro nada ingênuo do diretor Bill Condon. O cineasta e roteirista é capaz de conversar com o expectador usando a música como personagem, e finalizar a história de forma simples, porém verdadeiramente emocionante.









Dreamgirls tem um bom ritmo, ainda que abuse bastante de várias canções, uma atrás da outra, o que pode cansar os menos tolerantes. Na verdade, há muitas delas, porém o longa ainda mantém a narrativa com musicalidade e deve agradar mais quem curte esse tipo de som e aprecia ouvir canções em sintonia com as emoções dos personagens. Com uma edição fluída, um figurino estiloso e uma trilha sonora contagiante, envolvente e embutida de músicas que dialogam e expressam os sentimentos do elenco, o longa é emocionante e um excelente entretenimento, principalmente musical. Ele consegue manter uma boa conexão emocional através da música e isso é um grande valor na experiência cinematográfica. Para quem aprecia a R&B, ritmos românticos da época de ouro da Motown e magníficas vozes como a de Jennifer Hudson, esse musical é um must have.





O longa injeta um pouco mais de imaginação no expectador de como foi a evolução da gravadora. É possível estabelecer uma relação histórica com a adaptação: a saída de Florence Ballard do Supremes (nesse contexto, representada por Jennifer Hudson), o envolvimento amoroso entre Diana Ross (personificada através de Beyoncé) e Berry Gordy Jr (presidente da Motown, com atuação de Jamie Foxx) e a rixa vocal entre Diana e Florence. Essas referências a fatos verídicos acabam por deixar levemente mais claro que Florence, a grande voz da Supremes, foi banida do grupo por Berry e passou dificuldades financeiras, alcançando uma situação de desemprego e pobreza que afogaram seu talento e anteciparam seu declínio. Embora o filme tenha sido mais otimista com a referência à Florence, que teve um fim trágico na carreira, de uma forma bem clara, a produção da Dreamworks com a Paramount pinta uma imagem bem mais negativa do presidente da Motown. A narrativa declara que Curtis Taylor construiu um império musical, se importava mais com o benefício comercial de uma música do que com sua capacidade de falar emocionalmente com o público e prejudicou artistas como Eiffe White e James Thunder Taylor. Por outro lado, não se pode negar que, para elevar artistas como The Supremes e The Temptations, em uma sociedade preconceituosa como a Americana, e em época de lutas por direitos raciais sob a voz emergente da liderança de Martin Luther King, o executivo deve ter sido desafiado a ter pulso, mãos e coração de ferro, por suposto compreendido como frio e árduo com seus artistas. É sabido que ele não gostou da adaptação de Dreamgirls, o que faz todo o sentido, Jamie Foxx incorpora nuances comportamentais típicas de um executivo bem insensível.







Além da adorável trilha sonora, marcante com canções clássicas como And I am telling you I 'm not going e mais modernas como Listen , e belas músicas românticas como o dueto When I first saw you e I love you, I do, o diferencial do longa são as atuações de Jennifer Hudson e Jamie Foxx, bem apoiados por um elenco de coadjuvantes que tem uma boa sinergia. Jennifer, em especial, mereceu todos os seus prêmios e canta com a alma, elevando as músicas a uma qualidade excepcional. Ela também evoca a artista talentosa que, por ter uma personalidade forte e de não submissão, sofre as consequências da queda ou da falta de melhor oportunidade para exercer sua arte. Sua performance vocal quando pede ao amante que não a abandone é emblemática, assim como seu orgulho ferido por deixar para trás um sonho que não havia acabado. Com a personagem Effie, fica mais evidente que Dreamgirls é um filme que inspira o público a não deixar a mágoa e o abandono impedirem a felicidade. Ele é a prova viva de um musical moderno que ensina à audiência a não desistir dos sonhos.







Título original: Dreamgirls
País/Ano: EUA/ 2006
Diretor: Bill Condon
Roteirista: Bill Condon
Elenco: Jamie Foxx, Jennifer Hudson, Beyoncé Knowles, Danny Glover, Eddie Murphy etc.

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MaDame Noir: O melhor do Film Noir por MaDame Lumière Os primeiros minutos de A Morte num beijo , film noir dirigido por Ro...

MaDame Noir: A Morte Num Beijo (Kiss Me Deadly) - 1956

MaDame Noir:
O melhor do Film Noir
por MaDame Lumière





Os primeiros minutos de A Morte num beijo, film noir dirigido por Robert Aldrich, dá o tom de suspense, paranóia e pesadelo, em grande estilo, que permeia todo o longa. Uma loira amedrontada Christina Bailey (Cloris Leachman) foge do sanatório e aparece correndo em uma estrada escura, gritando por socorro. Como uma sedutora mulher frágil e em perigo, sua pele nua está coberta somente por um casaco 7/8, nada mais carrega consigo. Na estrada, surge o durão e charmoso detetive Mike Hammer (Ralph Hammer) com seu veloz esportivo. Ele pará o carro e a socorre. Trocam algumas palavras, entre as quais a instigante frase misteriosa "Lembre-se de mim", que será a pista para os vindouros desdobramentos investigativos. Mais tarde, os homens maus aparecem. Eles não conseguem arrancar nenhuma informação dela. Ela é torturada. Ele fica desacordado. Começa o aclamado suspense negro, em um clima de desconfiança típica do pós - guerra, de detetives fracassados e oportunistas, corruptos impiedosos e mulheres sedutoras e ociosas. Fica a incógnita para Mike investigar e tirar algum proveito: Por que mataram Christina? O que de tão precioso ela sabia?




Mike Hammer é um detetive vivaz e sedutor de Los Angeles, que vive de investigar casos extraconjugais e obter benefícios financeiros com os divórcios alheios. Juntamente com sua amante e comparsa, a charmosa morena Velda (Maxine Cooper), eles obtém provas de adultério e demonstram, entre beijos e negócios, que foram feitos um para outro. Após acordar em um hospital, Mike tem a intuição de que mataram Christina por algo muito valioso. Começa a sua sina de herói noir, destemido e bruto, o que garante boas cenas da violência do gênero, na qual o detetive chega e coloca tudo para quebrar, sem nada a perder, desarmando valentões e dando socos certeiros. Mike ainda consegue os beijos e suspiros das mulheres que não resistem ao seu charme viril, entre elas a atriz Marian Carr, que interpreta a irmã de um bad guy. Além do mais, mortes misteriosas ocorrem à medida que o Mike avança na investigação e, como um excelente roteiro de inspiração noire, o expectador é envolvido em uma trama duvidosa e confusa, com um clima de pesadelo no qual qualquer um pode ser o bandido, até mesmo a mocinha ingênua e indefesa, de voz suave e cara de tolinha.





Embora a direção de Aldrich seja o que há de mais superior no longa, com a perspicácia de usar vários elementos clássicos do noir como detetives ambíguos e violentos, mulheres sensuais e duais, homens corruptos, jogo de sombras, baixa e contrastante iluminação, clima de paranóia e de pessimismo e câmera alta para ressaltar personagens fracos, o roteiro não fica atrás e é muito funcional para contar uma história do gênero policial, no qual heróis de carater duvidoso e arruinados ingressam em uma investigação após se envolverem com alguma bela femme fatale. Mike Hammer não entra na investigação pela justiça e sim para obter alguma vantagem. Nada o detem, mesmo que coloque em risco a vida de amigos e de sua amante. Tal característica do herói noir só reforça sua personalidade fraca e vulnerável, que reflete o fatalismo da época. O expectador percebe que Mike Hammer não tem profundas razões para seguir adiante em um caso que pode tirar-lhe a vida. A atuação de Meeker não é tão carismática e durona como a de um Bogart, porém reúne a experiência que ele teve em realizar papéis detetivescos e policiais.




A direção de Robert Aldrich coloca o A Morte Num Beijo como um clássico noir obrigatório em preto e branco e um de seus melhores filmes. Há um olhar preciso do cineasta em enquadrar os planos com o contraste da luz e sombra, como em uma cena na qual Velda e Mike estão conversando em um sofá e é visível a beleza do estilo visual noir, com as sombras dos personagens convivendo harmoniosamente com a de um abajur. O diretor usa a cineatografia noir a seu favor ao abusar dos recortes em partes dos corpos como os pés das vítimas e os sapatos dos bandidos, o que cria uma atmosfera misteriosa, que oculta rostos em desespero ou violentos e deixa o espectador mais tenso com tanto suspense e o que há por vir. O cineasta utiliza locações típicas do gênero como ambientes urbanos e obscuros, e lugares mais afastados, que vão desde bar e oficina de carros até uma estrada deserta e uma casa de praia. Também, há um exímio trabalho de movimento e posicionamento de câmeras, com ângulos visualmente expressivos, como por exemplo, as cenas de escadarias com Mike Hammer filmado em câmera alta e bem recortadas em um clima sombrio como se tivesse sendo observado por alguém. Enfim, mais uma ótima virtude do longa é manter o mistério até o fim, tudo guardado em uma sinistra caixa que promete um final explosivo.






Título Original: Kiss me Deadly
País/ Ano: EUA, 1955
Elenco: Ralph Meeker, Albert Dekker, Paul Stewart, Marion Carr

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Cristiane Costa, MaDame Lumière

Com roteiro de Abil Morgan e Steve McQueen , Shame é um drama britânico sobre Brandon Sullivan ( Michael Fassbender ), um bonito, bem suce...

Shame - 2011


Com roteiro de Abil Morgan e Steve McQueen, Shame é um drama britânico sobre Brandon Sullivan (Michael Fassbender), um bonito, bem sucedido e independente executivo, que mora sozinho em Nova York e é um viciado em sexo. Ele tem que lidar com conflitos pessoais quando sua irmã, a cantora Sissy (Carey Mulligan) decide ir morar com ele, tirando-lhe totalmente a privacidade, trazendo à tona o convívio invasivo pelo qual não está acostumado e que expõe o seu vício. Interpretado de forma madura e sedutora por Fassbender, Brandon é a personificação de um homem compulsivo por sexo, incapaz de desenvolver relações afetivas duradouras e ter autocontrole sobre a sua vida. O filme usa algumas fórmulas imagéticas comuns de sex addict como masturbação a qualquer hora, sexo virtual com garotas em websites pornôs, sexo casual pós baladinha em lugares públicos e durante o expediente de trabalho, computador pessoal impregnado de material erótico, revistas de mulheres nuas e vídeos, ida a inferninhos noturnos para desafogar a vontade por sexo, flertes escancarados nos quais "se come uma mulher com os olhos". Não há nada muito hardcore, pesadíssimo e obscuramente pornográfico no filme, a não ser o descontrole psicológico de Brandon, o que o torna um homem vazio, desprovido de relacionamentos profundos e com conversas muito rasas ou monossilábicas quando está com uma mulher. Ele é um solitário com um pênis sedento por gozo, fato que o torna um personagem complexo e problemático em um filme deliciosamente provocativo.

Nesse cenário é que entra o diferencial da película, ou seja, o que há de melhor nela: o elenco. Michael Fassbender e Carey Mulligan são ótimos atores, com excelente química, e são a catarse de uma relação tensa e superficial entre irmãos que não conseguem se comunicar. Eles deixam pairar uma dúvida no ar: como foi o passado deles? Não é sabido, só imaginado. O expectador mais criativo já pensará que houve um incesto ou algo muito pertubador entre eles, tamanha a tensão entre seus olhares e diálogos, bem conduzida pela câmera realista e reveladora de Steven McQueen. A chegada de Sissy é invasiva para Brandon e possibilita dinamizar os elementos dramáticos em cena. A intimidade e o espírito livre da irmã impactam o seu dia a dia, no qual ela aparece nua perante o irmão e invade a privacidade do mesmo ao transar até mesmo em seu apartamento e insistir em um bate papo. No mais, ela é uma garota que não tem casa e nem rumo, com os braços marcados por cortes de facas, evidências de algum transtorno psíquico, provavelmente de inclinações suicidas. Ele é um homem muito sedutor, estiloso e atrativo, que seria um ótimo partido para qualquer mulher, porém incapaz de conversar profundamente em um encontro amoroso e , por natureza, um infiel e adepto a promiscuidades. Com essas nuances, é possível desfrutar desse ótimo filme que ganha mais pelo aspecto dramático pessoal e familiar que pelas sequências de sexo em si. O vício em sexo desenfreado não é único drama do personagem, mas como ele não consegue reagir contra ele e como isso impacta o seu convívio social, que se reduz a nada. Um exemplo disso é o exposto em uma cena na qual ele tem desejo de prosseguir em um encontro mais romântico com uma colega de escritório, Marianne (Nicole Beharie). Ele evita beijá-la e terminar a noite em prazeres sexuais no quarto de um hotel. Aparentemente, há uma potencial chance de engatar um relacionamento, porém mais tarde, fica evidente o aprisionamento de sua compulsiva condição, aversa a qualquer envolvimento afetivo.

A montagem de Shame é um deleite e, com uma direção que equilibra o prazer visual do sexo com o efeito dramático, ela é envolvente e provocativa. Ela reforça muito mais os silêncios do próprio drama de Brandon em seu cotidiano; como sua vida é desprovida de grandes acontecimentos. Os cortes são precisos para um anonimato regado a sexo e, visualmente, as emoções do personagem em não saber lidar com o vício. Sua fuga é o sexo. Ele se coloca por cima da situação através dele, ocultando suas vulnerabilidades e vivenciado situações de risco. Nesse ponto, o filme é sublime por trabalhar com menos palavras e mais imagens que deixam lacunas para a reflexão do espectador. Os silêncios também são uma preliminar para o gozo cinematográfico. O diretor sabe tirar proveito disso. A forma como Brandon encara uma mulher no mêtro é viril e excitante, dando espaço para o imaginário do espectador, e para o desejo de que eles se encontrem e, finalmente, gozem muito. Essa é a intenção do bom Cinema: deixar o espectador pensar e preencher esses espaços vazios, como já dizia Win Wenders em seus depoimentos de cineasta à frente do seu tempo. Tudo é possível com Shame, inclusive desejar que Brandon chegue ao limite de seu voraz comportamento sexual. Há vários momentos em que o expectador pode pensar: Quem é e quais os dramas de um viciado em sexo? O que sente Brandon? O que fará na próxima transa? Qual é o seu passado? Como conseguirá viver nesse círculo vicioso? E, enfim, a única pista verbal é o desabafo de Sissy: "Não somos pessoas ruins. Só viemos de um lugar ruim". Fica a reflexão, não a moralista, mas a de ordem mais psicológica e os efeitos devastadores em suas relações. Essa é muito mais a intenção do filme.

Sob uma análise bem mais atual, Brandon é um homem solitário, para o qual um relacionamento não dura mais de 4 meses e que não tem interesse em alimentar nenhum tipo de sentimento nas mulheres, um tema que é, no mínimo, contemporâneo. Assim, embora o roteiro pudesse ser mais dinâmico e criar situações e embates mais dramáticos, de alguma forma, faz todo o sentido o filme ser o que é: enfocar mais as pertubadoras imagens de silêncios e tensões familiares e as delícias dos prazeres de uma transa à três ou uma rapidinha com uma estranha, do que propriamente estabelecer um texto muito profundo, com outros personagens que pudessem apontar o dedo para Brandon e dizer: Você é um doente! Daí, a ótima atuação de Michael Fassbender, um macho racional a caçar suas presas, mas que se torna muito mais uma presa de uma vida sexual sem muito significado. Carey Mulligan, uma inserção fundamental para a qualidade da fita, vem a desequilibrar o seu mundo perfeito de apartamento moderno e arrumadinho e a bagunçar um pouco de sua vida por ser a única pessoa que tem um laço sanguíneo e razoavelmente afetivo com ele. Em algumas boas sequências e de forma brilhante, ela recupera o espelho do que ele é: solitária, emocionalmente instável e incapaz de dialogar com o irmão. Lidar com ela é como estar vulnerável a lidar com os seus fantasmas, com a exposição de sua vida de viciado em sexo, que é mantida em segredo. Ela também é a única pessoa capaz de romper o frio comportamento do irmão. A cena em que ela canta New York, New York é uma das mais belas do longa e dá espaço a compreender o porquê da escolha da música e de como Brandon reage a ela.


No geral, o filme é um primoroso e contemporâneo drama psicológico que bebe da fonte do vício em sexo. A edição sofisticada, a direção estilosa e o caratér erótico das cruas imagens criam um mundo urbano sedutor ao expectador, o mundo do insaciável Brandon, que se divide entre o refinamento e a pornografia; mas o filme não é só isso. Ele é um lúcido longa sobre a natureza humana e suas obscuras sombras, que são ocultadas e tidas como vergonhosas, mas que todos têm. Embora recheado de cenas excitantes com o bonitão Fassbender com nu frontal, colocando à mostra seu avantajado genital e com o tesão à flor da pele, a tendência é o filme provocar menos excitação e mais compaixão por Brandon. Sem dúvidas, é um drama muito moderno na sociedade, afinal, é intríseco ao ser humano ter alguma vergonha a ocultar, algum vício que traz consigo a pena de si mesmo, em um mundo que o prazer, urgente e perecível, é o analgésico das mazelas humanas.


Título: Shame
País/Ano: 2011/ UK
Direção: Steve McQueen
Roteiro: Abil Morgan, Steve McQueen
Elenco: Michael Fassbender, Carey Mulligan etc.

9 comentários:

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Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière

Darren Aronofksy dirige o beijo de Hugh Jackman e Rachel Weisz em A fonte da vida. Ele sabe dirigir bons beijadores! Beijar é bom demais,...

MaDame Loves: 10 Top Kisses - Beijos inesquecíveis do Cinema Moderno

Darren Aronofksy dirige o beijo de Hugh Jackman e Rachel Weisz em A fonte da vida.
Ele sabe dirigir bons beijadores!


Beijar é bom demais, não é mesmo? Beijo de amigos que se apaixonam, beijos de desconhecidos que se atraem, beijos de amantes que se desejam, beijos de apaixonados que reatam, o que não faltam são beijos no Cinema que nos inspiram ou nos deixam hipnotizados pelo romance, sedução, amor e paixão.
MaDame Lumière selecionou 10 top beijos inesquecíveis do Cinema Moderno que não tem a pretensão de serem os melhores da História do Cinema, certamente a seleção foi deliciosa porém foi difícil; muitos ficaram de fora, principalmente os clássicos antigos, que terão uma seleção à parte, porém os escolhidos para esse post são beijos que, por algum contexto ou motivo na história, foram inseridos no roteiro e dirigidos de uma forma bem especial. São beijos que tinham que ser dessa forma para emocionar como somente o Cinema é capaz e fazem parte de uma seleção pessoal de Madame com os comentários do porquê eles são beijos de verdade.



Desejo e Reparação (Atonement)

" Em um filme de paixão, culpa e desejo,Robbie(James) e Cecilia (Keira) encarnam um beijo do desejo intenso, da explosão sexual nas penumbras de uma biblioteca na qual se despem, exalam gemidos e respirações ofegantes. Embora altamente sensual, toda a cena é trabalhada com sofisticação com picos de excitação e de confissões íntimas, do figurino a troca de olhares e diálogos."




9 - Natalie Portman e Mila Kunis

Cisne Negro (Black Swan)

"O beijo lésbico de Nina (Natalie) e (Lily) Mila em Cisne Negro não tem orientação sexual, por assim dizer. É incontrolável, sexy, intenso, excitante e deixa a plateia com vontade de ser voyeur repetidas vezes, independente de opções sexuais. Além da cena ser intensa, como uma atração explosiva que foi se desenvolvendo por duas beldades após uma balada louca, elas praticamente se pegam pra valer até o êxtase orgásmico e mostram o lado dual e obscuro de toda mulher."

Alguém muito especial (Some kind of wonderful)

" Nessa preciosidade oitentista para o público jovem, esse beijo é incrível por conta do seu contexto de amores não correspondidos no qual um amigo gosta do outro, mas não se dá conta ou não se sente seguro para confessar o seu amor. Keith (Eric) e Watts (Mary) são amigos de longa data, mas Watts gosta de Keith e ele gosta da garota mais desejada da escola. Watts simplesmente se oferece para treinar o amigo em beijo na boca. Os dois tem uma ótima química em cena, na qual efeitos como movimentação de câmera e trilha sonora são elementos coadjuvantes para torná-la especial.

A Garota de Rosa Shocking (Pretty in Pink)

"O beijo dos sonhos românticos entre a garota pobre (Andy) e o rapaz rico (Blane), após um primeiro encontro desastroso e um inesperado e alegre convite para o baile da formatura. Qual a garota que na década de 80, até hoje, não se emociona com essa cena? O beijo tem química e tem aquele leve jeito desajeitado da inexperiência dos jovens, mas aí está o seu valor de ser inesquecível: na forma como se olham, se beijam, se tocam, embalados por uma romântica trilha sonora."

Uma linda mulher (Pretty Woman)

" Uma cena maravilhosa entre Vivian (Julia) e Edward (Richard ) na qual o beijo é tão delicado e, ainda assim, muito sensual, embalado por uma trilha sonora romântica como se fosse um conto de fadas cotidiano. Essa cena é mais e mais bela em virtude da narrativa na qual uma prostituta, que nunca se deixa beijar na boca e que começa a sair com o ricaço solitário, simplesmente se apaixona por ele. O fato dela confessar o "Eu te amo" enquanto ele está dormindo na intimidade do quarto e, logo mais, o incrível beijo acontecer, é de tocar o coração."



Match Point

"Além de serem belíssimos e encenarem um suspense arrebatadoramente sexy em Match Point, Chris (Jonathan) e Nola (Scarlett) encenam um beijo cheio de desejo e do proibido, entre o tesão e a hesitação. Ele é muito sexy por contar também com elementos em cena que são uma fantasia deliciosa no imaginário das pessoas: o beijo na chuva e no meio do campo, enquanto os corpos molhados se entendem."
Drive
"Um beijo romântico, apaixonado, profundo, moderno e muito cult na forma como foi conduzido em um elevador, principalmente em um contexto narrativo de suspense e tensão que ninguém imaginava que ele iria beijá-la assim, logo ali, oniricamente. No plano fílmico, há a combinação de elementos bem selecionados como a trilha sonora, a movimentação em slow motion, o posicionamento dos atores, a química apaixonante. Narrativamente, Ryan Gosling como um herói obscuro, introspectivo e violento, que protege a sua meiga vizinha (Carey Mulligan) em um momento único é de conquistar o coração. O beijo é fascinante por ser lindamente real, poeticamente visual como se o tempo parasse nos dois."



Fonte da vida (The Fountain)


"O beijo entre Hugh e Rachel tem uma beleza e prazer únicos por ser cheio de amor, desejo, intimidade e por ela estar muito doente. Ao invés de estar deprimida, ela tem o desejo pelo seu amor, de tocá-lo por completo. Há uma urgência, uma ânsia, uma entrega arrebatadoramente sensual e amorosa na personagem de Rachel.É um beijo muito especial porque ela poderá morrer a qualquer momento, pelo casal entrar em um universo narrativo da Fonte da Vida, que é todo recortado em termos temporais e cheio de lembranças de vida e da morte."


O melhor amigo da noiva (Made of Honor)


"Um dos beijos mais lindos em comédias românticas, Patrick e Michelle encenam aquele beijo da surpresa sem palavras, da confissão tardia, do desespero de queme stá prestes a perder o grande amor. É um beijo muito especial e merece estar no topo muito em função de como ele é profundo, verdadeiro e revelador e, também, pelo momento na narrativa. Ele é a expressão máxima de quem está desesperado pela possibilidade de ver o amor, casado e nos braços de outro. Michelle está em sua despedida de solteira e Patrick, seu melhor amigo, descobre que a ama e cria coragem de beijá-la assim, na hora mais inoportuna e devotamente."




Diário de uma paixão (The Notebook)


"Um beijo inesquecível, romântico e apaixonante. É beijo do amor e do desejo que o tempo e o silêncio foram incapazes de apagar. É o beijo do retorno da esperança, de viver o que não foi vivido nesse amor cinematográfico que se aproxima tanto das emoções já vividas pelo público. Além da ótima química fascinante entre Ryan e Rachel, de toda a explosão em um beijo na chuva, das palavras urgentes que precisavam ser ditas e reveladas, esse beijo está em uma bela sequência que vai crescendo, dos olhares tímidos e impregnados de silencioso desejo a uma demonstração amorosa e sensual de uma verdadeira paixão."

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Saudações cinéfilas,

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"Algum dia você vai cair e chorar. E vai entender tudo. Todas as coisas" ( A árvore da vida)

A emblemática citação da semana: A árvore da vida (The tree of life) - 2011


"Algum dia você vai cair e chorar. E vai entender tudo. Todas as coisas"
( A árvore da vida)

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